Experiências por tudo e por nada

Não falamos apenas de experiências do ‘outro mundo’, mas da imensa expectativa criada em torno de tudo, uma simples ida ao veterinário ou ao café da moda deve trazer agregada uma qualquer experiência espetacular

Hoje em dia falar em consumidores e na sua relação com as marcas é acima de tudo falar em experiências. Vivemos numa era em que tudo passa pela emoção sentida, pela sensação percecionada, pela inovação criada ou simplesmente pelo caráter mágico de um determinado momento. 
E não há nada mais subjetivo do que o conceito de ‘boa experiência’ tendo em conta que cada um de nós valoriza coisas muito diferentes.
Muitos defendem que hoje em dia vivemos uma economia de experiências no que se refere às relações dos consumidores com marcas e empresas que valorizam cada vez mais tudo o que é vivido no contacto direto, presencialmente.
E quando a fasquia se eleva a este ponto torna-se difícil compreender o futuro. 

Não falamos apenas de experiências do ‘outro mundo’, mas da imensa expectativa criada em torno de tudo, uma simples ida ao veterinário ou ao café da moda deve trazer agregada uma qualquer experiência espetacular. 
Pelo número gigantesco de instagram stories criadas diariamente percebemos bem que queremos mostrar tudo, live e em constante conexão com o mundo (nem sei como de facto sobra tempo para experiências quando passamos o tempo inteiro atrás de um ecrã, mas este debate não é para aqui). 
Para ajudar neste missão e orientar cada vez mais as estratégias das marcas para este eixo fundamental a Trendwatching listou três tendências que se revelam também uma oportunidade para as marcas fazerem a diferença. 

Indo então direto às tendências percebemos que tudo gira à volta da tecnologia, da emoção e do nosso lado social – ou não fossem as redes sociais a grande ‘revolução’ do momento e da relação com tudo o que acontece. 
Assim, elencando: ‘Automation Theater’ é a primeira das tendências e está diretamente ligada à junção da automação com a magia nas interações com os consumidores, relacionando a tecnologia com o nosso lado mais emocional. 
Em paralelo o fenómeno intitulado de ‘Village Squared’ em que são recriadas experiências ao vivo que reinventam a nossa existência em sociedade e a forma como nos relacionamos e por último ‘End of Excess’ em que se apostam em experiências marcantes, mas sem culpa, legitimando tudo o que de mais radical e inusitado queremos fazer (e de facto, cada vez assistimos a coisas mais surpreendentes todos os dias).

Independentemente do que se pode ou não seguir, todas as marcas estão focadas na experiência do consumidor, e não falamos apenas em serviço e produto, mas em todo o backstory possível de criar que leva as marcas para outra estratosfera. 
Tenhamos em consideração o exemplo da Nike e das suas camisolas conectadas, equipadas com um chip que através do smartphone dá acesso a conteúdos exclusivos relacionadas com NBA. Não estamos a falar de uma simples t-shirt do nosso clube, mas de uma prova viva de experiências que nos dão acesso direto aos jogadores, às suas playlists, a vídeos dos bastidores. 
Uma experiência na relação com a NBA e com a paixão de tantos. Tudo através da Nike. 
Assim, prepare-se para viver as experiências da sua vida porque a competição está renhida e nenhuma marca vai querer ficar para trás na corrida.

*Diretora Criativa Havas Sports& Entertainment