Hotéis. Em vez de 61 só abriram 26 no ano passado

Atrasos nos licenciamentos, nas obras e alterações de investimento ditam este impasse.

Afinal só abriram 26 dos 61 hotéis que estavam previstos abrir no ano passado. As contas são da diretora executiva da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), admitindo que existe uma “elevada taxa de mortalidade” entre a previsão de novas unidades hoteleiras e o seu nascimento. “Da previsão inicial de 61 novos hotéis [para 2018] abriram apenas 26. Ou seja, 42% do previsto. E, por exemplo, na cidade de Lisboa anunciaram-se 25 novos hotéis e abriram 10”, disse Cristina Siza Vieira, numa apresentação na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, disse a Lusa. 

No entanto, de acordo com a responsável, “há muitos fatores” que explicam esta situação: “Desde atrasos nos licenciamentos, atrasos nas obras, alterações nas opções de investimento, dificuldade de recursos humanos em contratar e formar equipas, mas, de facto, como dizemos, há uma elevada taxa de mortalidade entre os que se pensam nascer e os que afinal veem a luz do dia”. 

A diretora executiva da AHP disse ainda que esta taxa de mortalidade não é, no entanto, “tão elevada” nas remodelações e reaberturas. E, nesta área, segundo a mesma, concretizaram-se 78% dos projetos que estavam previstos. Ainda assim, lembrou que é mais fácil fazer remodelações e reaberturas do que fazer um investimento de raiz. 

Brexit preocupa

A Associação revelou também que que apenas os hoteleiros do Algarve preveem uma queda dos turistas britânicos em 2019, apesar de todas as regiões apontarem o Brexit como um constrangimento ao crescimento dos hotéis. “Isto significa que o resto dos destinos não estão à espera de uma queda do mercado do Reino Unido, estão à espera de uma estabilização deste mercado. No entanto, apontam o Brexit como um constrangimento ao possível crescimento para todo o turismo”, salientou. 

Ainda na quarta-feira, o ministro da Economia disse que na próxima semana Portugal vai lançar uma campanha de promoção no turística no Reino Unido e que está a trabalhar para que este mercado veja o país como o destino europeu “mais amigável”. Siza Vieira admitiu, no entanto, que “as alterações das circunstâncias podem ter algum impacto” no número de turistas britânicos que visitam Portugal, mas que “o esforço de promoção e a simplificação administrativa visam mitigar esse impacto”.