Ataques terroristas na Nova Zelândia e em Israel: a essência da esquerda ficou (mais uma vez) à mostra

Todos os democratas, todos os crentes nos direitos humanos e nas liberdades essenciais do indivíduo, todos os que partilham, enfim, uma visão personalista da vida e da organização societária – devem, sem adversativas, nem hesitações, chorar e rezar pelas vidas injustamente ceifadas em ChristChurch, às mãos de fanáticos motivados pelo ódio.

1.Vivemos hoje um dia triste. Triste, porque mais um acto de ódio e de puro terror vitimou dezenas de pessoas em ChristChurch, na Nova Zelândia. O ódio e as discriminações bárbaras que acabam em massacres sanguinários devem ser – têm que ser! – incondicionalmente censurados.

E não nos devemos esquecer que, para além dos quadros mentais psicóticos dos autores do referido atentado (e outros similares), o clima político dominado pela extrema-esquerda (hoje já não há esquerda, infelizmente, que não seja extrema) e pela sua ditadura do politicamente correto, que gerou uma claustrofobia discursiva e um relativismo moral percecionáveis (por fanáticos do extremo oposto) como justificantes de qualquer acto de ódio (e odioso) – contribui para a ocorrência destes actos assassinos.

Nós próprios temos alertado amiúde, nos nossos espaços de opinião aqui no “SOL” e no “i”, que a esquerda está reabilitando o ressurgimento de uma clima político autoritário e totalitário, branqueando as teses centrais do discurso nacional-socialista.

Hitler foi reabilitado pela esquerda, deixando o caminho aberto para a conversão do puro ódio em desejos regressivos a concepções da vida (da morte?) e da sociedade lunáticas que fizeram, no século transacto, mergulhar a Europa (e a Humanidade!) num vil inferno. 

2.E as vítimas, desta vez, foram dezenas de crentes muçulmanos que exercendo a sua liberdade religiosa, cumprindo os deveres que acreditam ter perante Deus, foram condenados a uma morte abjecta, sem sentido (como referiu o Presidente Donald Trump) e que nos mostra, mais uma vez (já são vezes demais) que o ser humano nunca se cansa de tentar negar a sua humanidade.

Todos os democratas, todos os crentes nos direitos humanos e nas liberdades essenciais do indivíduo, todos os que partilham, enfim, uma visão personalista da vida e da organização societária – devem, sem adversativas, nem hesitações, chorar e rezar pelas vidas injustamente ceifadas em ChristChurch, às mãos de fanáticos motivados pelo ódio.

Não há vidas humanas melhores do que outras, em função das suas opções individuais, designadamente, religiosas; o valor de cada pessoa é intrínseco a esta sua condição, não flutuando em função de critérios subjectivos. Somos todos iguais, ao menos, em dignidade de direitos e na titularidade e aproveitamento desse direito subjectivo fundamental – hoje, mais do que nunca, em crise – que é o direito à vida.

Reiteramos: a nossa crítica, incondicional e sem adversativas, a actos bárbaros não flutua em função de critérios subjectivos ou – ainda mais fútil e incompreensivelmente – em razão de conveniências de agenda político-partidárias.

Infelizmente, a esquerda portuguesa (e, para mal dos nossos pecados, europeia) não partilha desta nossa convicção, preferindo, antes, avaliar as pessoas e a sua dignidade em função das prioridades da sua agenda política. Os exemplos já foram por nós amplamente evidenciados em artigos anteriores – reiteramos, no entanto, que a extrema-esquerda, mais uma vez, voltou a mostrar a sua verdadeira natureza.

3.Ontem, o Hamas – em coordenação com os terroristas do Hezbollhah, o filho predilecto do terror made in Irão – lançou um ataque de rockets contra Telavive, a partir da Faixa de Gaza.

As sirenes ecoaram em Telavive – com o fim de avisar a população aí presente para se proteger de mais um ataque terrorista do Hamas -, o que já não ocorria desde o conflito de 2014.

Pois bem, a comunicação social portuguesa deu, em termos correctos, esta informação aos portugueses? Mais uma vez, a resposta é negativa: apenas hoje, em jeito de nota de rodapé, os média portugueses informaram que Israel se encontra sob ataque. Todavia, não se destacou que o Hamas atacou Israel; pelo contrário, também mais uma vez, o título da notícia foi “Israel ataca uma centena de posições do Hamas na Faixa de Gaza” (JN).

Ou seja: Israel é que é o mau da fita porque atacou o Hamas…e depois, só depois, é que se menciona que se tratou de uma operação militar em resposta a um ataque de rockets do Hamas. Mesmo assim, o jornalista do JN não está convencido: Israel tem que ser o malandro e os coitadinhos do Hamas e de outro grupo pequenino não têm culpa alguma…

Senão, atentemos neste passo da notícia: “A operação aérea israelita surgiu como resposta a um ataque com granadas de morteiro contra Telavive, na noite de quinta-feira. O Hamas e um grupo mais pequeno, a Jihad Islâmica, negaram qualquer envolvimento”.

A Jihad Islâmica, pequenina?? Um grupo pequenino, coitadinha….!!!  Sejamos sérios! E o jornalista do JN até sabe que os rockets lançadas contra Telavive são umas simples granadas de morteiro…Coisa pouca! Uma coisa banal, inofensiva – Israel lançou um ataque com aviões, bombas e material militar sofisticado; o Hamas e os pequeninos coitadinhos da Jihad Islâmica uns meros rockets, que não são mais do que granadas de morteiro…Inacreditável!

Este é o nível de desonestidade intelectual a que se pode chegar para reforçar a narrativa dos camaradas do Bloco de Esquerda – e, infelizmente, de muito deste PS geringonçado –  e do seu “esquerda.net”!

 E atenção: o Hamas negou qualquer envolvimento – esquecem-se é de dizer que o Hamas nega sempre tudo…Também nega que tem uma especial ligação com o Hezbollah, embora o Hezbollah se articule sempre com o Hamas; e o Hezbollah nega qualquer ligação com o Irão, embora o próprio Irão integre o Hezbollah nos seus meios de “operações especiais”….Mas isto os jornalistas (e políticos originariamente de esquerda ou comprados pelo sistema moralmente corrupto da esquerda) não lhe contam, porque seria fazer com o povo português soubesse demasiado…E isso o sistema dominante não pode permitir…

4.Mais: há dias saiu uma notícia segundo a qual soldados israelitas não teriam permitido a assistência médica a duas crianças palestinianas. Ora, a notícia surgiu no site do Movimento da nossa querida Maria do Céu Guerra (personagem que interpretou na “Residencial Tejo”, uma série que marcou a história da SIC na década de 90, será sempre inesquecível, portanto, adiantamos já que somos fãs da sua carreira e do seu talento como actriz) e depois foi, estranhamente, copiada por jornais de referência!

Algo muito estranho e que só contribui para o aguçar da crise do jornalismo sério e credível…

No próprio dia, soube-se – com prova documental (fotografias) – que era uma verdadeira “fake news”: tudo mentira! Mas ninguém pediu desculpa, nem rectificou o erro, assumindo que prestaram ao público uma informação falsa. E, no entanto, continuam a organizar (já agora, caríssimas) conferências sobre “fake news e como evitá-las”! Podemos levá-los a sério? Não podemos…

5.Uma última nota, por hoje, para realçar a verdadeira natureza dos regimes protegidos e acarinhados pela esquerda.

Note-se a reacção do Irão aos atentados na Nova Zelândia.

Em vez de lamentar as mortes, o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano preferiu dizer que o ataque foi mais uma demonstração de ódio das sociedades islamofóbicas ocidentais, que a liberdade de expressão deveria severamente restringida nas sociedades ocidentais – e que Israel estaria por detrás deste ataque, pois o que ocorreu na Nova Zelândia seria um prolongamento dos “criminosos israelitas” que teriam invadido uma mesquita na Palestina para perturbar crentes muçulmanos…

Ou seja: o Irão aproveitou o atentado que vitimou dezenas de pessoas – à boa maneira nazi, o que, aliás, joga bem com a natureza do regime – para desviar as atenções da sua ligação às organizações terroristas do Hezbollah e do Hamas, no dia seguinte a terem lançado uma ataque contra Telavive; tudo para ver se conseguem capitalizar politicamente, reforçando o ódio contra os judeus nas sociedades democráticas ocidentais, enfraquecendo, por esta via, Israel.

6.Se isto diz muito sobre o Irão, diz – porventura, ainda mais – sobre a essência da esquerda portuguesa (e europeia)…

Como diz o povo português, na sua ilimitada sabedoria, “diz-me com quem andas – e quem apoias, acrescentamos – , dir-te-ei quem és”…

Para a esquerda portuguesa, há vidas humanas que valem menos do que outras; para nós, todos temos o mesmo valor.

Eis a diferença entre quem utiliza a igualdade e a tolerância como mera figura retórica (a esquerda portuguesa); e quem acredita mesmo na igualdade de dignidade (de todos, independentemente do credo e de opções individuais de vida) e na tolerância (a direita popular, democrática e da liberdade).

joaolemosesteves@gmail.com