Inglaterra. Um conto de fadas a florescer, o outro a desvanecer

O portuguesíssimo Wolverhampton, liderado por Nuno Espírito Santo, bateu o Manchester United (2-1) e apurou-se para as meias-finais da Taça, onde irá defrontar o Watford

Já vão faltando os elogios para o que a alcateia liderada por Nuno Espírito Santo vai conseguindo fazer quase semana após semana no futebol inglês – em especial quando pela frente estão equipas realmente grandes. Voltou a acontecer este sábado: no Wolverhampton-Manchester United, gigante foi mesmo o Wolves, que venceu por 2-1 e garantiu a presença nas meias-finais da Taça pela primeira vez em 21 anos.

Foi, de resto, uma noite de sonho (mais uma) para Raúl Jiménez e Diogo Jota, uma dupla que se está a tornar um caso muito sério em Inglaterra. O mexicano cedido pelo Benfica abriu o marcador aos 70’, naquele que foi o seu 15.º golo na temporada, na sequência de uma belíssima iniciativa individual de João Moutinho; seis minutos depois, o português,  chamado na sexta-feira pela primeira vez por Fernando Santos para representar a seleção A, redimiu-se do falhanço na primeira parte, quando isolado permitiu a defesa de Romero, e num contra-ataque vertiginoso (lançado por Rúben Neves) dilatou a vantagem. Rashford ainda conseguiria reduzir, nos últimos instantes, mas não evitou o desaire dos red devils. Começa a esvaziar-se o balão de oxigénio que se havia enchido com a chegada de Ole Solskjaer ao banco do United.

Segue-se no caminho do Wolves o Watford, que venceu o Crystal Palace por 2-1. A outra meia-final irá opor o Manchester City ao Brighton, ambos qualificados depois de jogos carregados de emoção. Os citizens já perdiam por 2-0 à meia hora de jogo no País de Gales, frente ao Swansea, mas tudo viria a mudar a partir dos pés de Bernardo Silva: o internacional português, elogiado quase diariamente por Pep Guardiola – “é o nosso jogador mais efetivo esta época”, dizia o técnico na antevisão desta partida –, apontou um golaço de trivela aos 69’, iniciando a reviravolta que ganharia contornos mais reais nove minutos depois, com um penálti de Aguero. Em cima dos 90’, Bernardo cruzou e Aguero cabeceou para o 2-3 final: o argentino, que saiu do banco aos 64’ para ser absolutamente decisivo, estava em posição irregular, mas o VAR não interveio e o tento foi validado. O Brighton, por seu lado, precisou dos penáltis para eliminar o secundário Millwall depois do 2-2 no final dos 120’ regulamentares – e a equipa da Premier League perdia por 2-0… aos 88’.

 

Ainda em estado de graça A jornada em Espanha ficou marcada pelo regresso de Zinedine Zidane ao banco do Real Madrid, e com uma vitória: 2-0 sobre o Celta de Vigo, com golos de Isco e Bale. Os merengues estão agora a apenas dois pontos do rival Atlético, que não recuperou da eliminação na Liga dos Campeões, frente à Juventus, e perdeu por 2-0 no terreno do Athletic Bilbau.

Por falar em Juventus, a vecchia signora sofreu a primeira derrota na Serie A, num jogo onde Cristiano Ronaldo não atuou: 2-0 em Génova (a quem não conseguiu ganhar esta época: em Turim, na primeira volta, o resultado foi 1-1). Sturaro – que começou a época no Sporting por empréstimo… da Juve – e o veterano Pandev fizeram os golos do 12.º classificado, que contou com Pedro Pereira os 90’ e Miguel Veloso a partir dos 75’. “Ronaldo? Hoje, nem com Deus, nosso senhor teríamos vencido”, atirou Massiliano Allegri, técnico da Juventus, após o desaire.