D. Maurílio Gouveia (1932-2019). A última etapa

Durante o seu ministério, recebeu a visita do Papa João Paulo II que, em 1982, visitou o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa

O arcebispo emérito de Évora morreu esta terça-feira, aos 86 anos, na cidade que o viu nascer a 5 de agosto de 1932: o Funchal. D. Maurílio Jorge Quental de Gouveia liderou durante 27 anos a diocese de Évora, a mais extensa – a nível de território – do país. Afastado do ministério há mais de uma década, D. Maurílio morreu vítima de doença prolongada.

O arcebispo foi ordenado sacerdote a 4 de junho de 1955, tendo seguido depois para Roma, onde se e licenciou em Teologia Dogmática na Universidade Gregoriana. De volta à Madeira, foi também professor e chegou até a dirigir o diário diocesano Jornal da Madeira. Chegou à capital alentejana em 1981, a um «território marcado por várias crispações politicas e sociais, nos anos que se seguiram à revolução de 1974», lê-se no obituário dedicado pela Rádio Renascença. «Sorridente, delicado, educado, humano e com sentido de humor, aproximou-se das pessoas como Pastor e não com um discurso ideológico, numa postura até então pouco comum na Igreja portuguesa», acrescentam.

Durante o seu ministério, recebeu a visita do Papa João Paulo II que, em 1982, visitou o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa. 

Terminou em 2008 o seu ‘serviço’ em Évora, por motivos de saúde: sofreu um enfarte do miocárdio na viragem do milénio. Durante esses oito anos, dividiu a residência entre o Funchal e Évora, até encerrar definitivamente o seu percurso como arcebispo. Nessa altura escreveu, numa carta dirigida aos cristãos, que estava a iniciar a última fase da sua vida, uma «última etapa» onde iria «preparar o encontro final com Cristo, a grande meta para onde se orienta a nossa vida».

A última aparição pública de D. Maurílio Gouveia deu-se em 2017, altura em que lançou o livro Magnificat, Maria na Vida da Igreja. Em dezembro do ano passado recebeu, relata a Renascença, a visita de Marcelo Rebelo de Sousa, que descreveu o encontro como uma «curta visita entre amigos».