Mendes. Pedro Nuno Santos e a mulher “são vítimas de uma overdose de relações familiares no Governo”

Antigo líder do PSD e comentador da SIC deixa aviso a António Costa sobre soluções governativas em “circuito fechado”. O também conselheiro de Estado antecipa que o INE deve divulgar na terça-feira que o défice de 2018 se situou entre 0,5 e os 0,6 por cento.

Marques Mendes afirmou este domingo, na SIC, que tanto Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, como a esposa, Catarina Gamboa, "são vítimas de uma overdose de relações familiares no Governo". O antigo líder do PSD comentou desta forma a polémica sobre as nomeações de familiares de governantes para cargos de chefia no Governo.

Para Marques Mendes o caso de Catarina Gamvboa, nomeada para chefe de gabinete do sucessor do marido na secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares, seria um "ato isolado, sem importância nenhuma", não fosse o histórico do Executivo socialista. O também conselheiro de Estado referia-se, de forma indireta, às escolhas do primeiro-ministro, António Costa na mais recente remodelação. Mariana Vieira da Silva, por exemplo, passou de secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro a ministra da Presidência. A promoção acabou por evidenciar um outro dado, que nunca mereceu comentários no passado: a nova ministra é filha de José Vieira da Silva, ministro da Segurança Social.

Quanto a saída de Aldofo Mesquita Nunes para a Galp, o comentador considerou que "não é nada criticável" porque o ex-vice-presidente do CDS fez uma opção de vida. Mais, não era candidato a deputado nem tinha responsabilidades parlamentares no CDS.

No seu comentário dominical, Marques Mendes antecipou ainda que o INE deverá divulgar na terça-feira que 2018 fechou com um défice entre os 0,5 e os 0,6 por cento. Ou seja, dentro das previsões do Governo.

Sobre os passes sociais, o antigo líder do PSD considerou que o partido  "não foi muito feliz" na apreciação da medida. "Mostrou muito incómodo", afirmou Mendes, acrescentando que o PSD poderia ter mantido as críticas de eleitoralismo, mas sublinhando que a medida deve prosseguir para a próxima legislatura com reforço de verbas para o interior. Neste ponto, o comentador da SIC afirmou que os passes únicos- que entram em vigor a 1 de abril- vão criar desigualdades entre o litoral e o interior. "85% das verbas é para grande Lisboa e Porto. Só 15 por cento é para o resto do país", atirou Mendes.