Incêndios marcam fim de semana de maior calor

Com o aumento das temperaturas, vários incêndios lavraram por todo o país. Ocorrências em Barcelos e Proença-a-Nova levaram maior número de operacionais ao terreno.

O fim de semana trouxe o aumento das temperaturas e foi sinónimo de idas à praia para muitos, mas não só: sábado e domingo ficaram marcados por dois incêndios de grandes proporções. A adivinhar que o aumento das temperaturas poderia criar condições propícias à propagação de incêndios, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) já tinha, na sexta-feira, emitido um alerta à população – que, lembra ao i fonte oficial da entidade, se mantém até ao final desta segunda-feira –, além de ter ativado um conjunto de medidas preventivas e determinações operacionais de reposicionamento de meios nas zonas com maior risco.

Apesar dos alertas, contudo, um incêndio florestal de grandes dimensões deflagrou no sábado em Tamel, na freguesia de Santa Leocádia (concelho de Barcelos) e levou ao terreno 123 operacionais, 36 meios terrestres e quatro meios aéreos.
O alerta foi dado pouco depois das 13h30 e o fogo, que chegou a ter três frentes ativas, acabou por ser dominado pelas 21h15. Quanto à origem, o incêndio terá começado numa queimada de sobrantes cujo autor foi entretanto identificado e constituído arguido. Do incêndio, que não esteve próximo de habitações, não resultaram feridos.

Já ontem foi a vez de Montes da Senhora, em Proença-a-Nova (distrito de Castelo Branco) ser notícia por motivos idênticos. Um incêndio florestal deflagrou pelas 11 horas e só entrou em fase de rescaldo quando o relógio marcava as 17h, tendo mesmo chegado a ameaçar algumas habitações, apesar de não ter feito feridos. O fogo levou ao terreno ainda mais operacionais do que aquele que lavrou em Barcelos no dia anterior – 232 –, apoiados por 69 viaturas e quatro meios aéreos, tendo sido ainda mobilizadas três máquinas de rasto com o objetivo de impedir reacendimentos. De resto, as autoridades estão a investigar a hipótese de o fogo, que teve três frentes ativas, ter sido provocado por um carro que participava numa corrida.

Ao final do dia de ontem, a página da Proteção Civil dava conta de um total de 19 incêndios em todo o país – seis em curso, dois em resolução e 11 em conclusão.

 

Preocupação deve ser a prevenção

No sábado, o primeiro–ministro participou numa ação de sensibilização para a prevenção de fogos rurais no Sardoal, em Santarém, e defendeu que a tónica do combate aos incêndios florestais deve ser colocada na prevenção. “Não podemos continuar a acreditar que compete ao guarda-redes assegurar a vitória no campeonato. Aquilo que temos de ter consciência é de fazer o esforço na prevenção. O grande esforço tem de ser feito, não no dispositivo de combate, mas sim neste investimento na prevenção, que cabe aos proprietários, autarquias e Estado”, disse António Costa aos jornalistas, admitindo que “o dispositivo de combate também tem de estar o melhor preparado possível para responder em caso de catástrofe”.

No mesmo dia, também o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, se pronunciou sobre os incêndios para pedir à população que evitasse comportamentos de risco. “O país está preparado mas, sobretudo, aquilo que queria dizer é fazer um apelo aos portugueses que nos próximos dias, face a um crescimento do risco, não tenham comportamentos de risco”, referiu à comunicação social, tendo defendido que “essa prevenção, esse cuidado é meio caminho andado para viver em segurança”.