Risco de incêndio florestal leva Governo a proibir queimadas até domingo

Só durante o dia de ontem foram registados mais de cem incêndios. Eduardo Cabrita e Luís Capoulas Santos assinaram um despacho para ativar a situação de alerta. Governo proibiu queimadas.

As temperaturas altas chegaram mesmo antes da primavera e, além das idas à praia em pleno mês de março, o calor trouxe também as chamas. O tema é delicado, sobretudo quando se recordam os incêndios dos últimos dois anos que atingiram grandes proporções.

A Autoridade Nacional de Proteção Civl (ANPC) fez as contas e só ontem foram registados 121 incêndios rurais. No final do dia estavam ainda ativos nove incêndios e havia mais de 500 homens no terreno a combater as chamas. Face à situação, Luís Capoulas Santos, ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, e Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, assinaram ontem um despacho que determinou a declaração da situação de alerta. Em comunicado enviado à imprensa, a tutela apontou “medidas de caráter excecional”, como a “proibição da realização de queimadas, de queimas de sobrantes de explorações agrícolas e florestais e de ações de gestão de combustível com recurso à utilização de fogo”.

Os fogos em Pinheiro da Bemposta, concelho de Oliveira de Azeméis, e em Penafiel foram os maiores e mais preocupantes. As chamas consumiram, essencialmente, mato, pinheiros e eucaliptos. Às temperaturas invulgarmente elevadas para esta altura do ano somam-se outros fatores – queimadas, limpeza dos terrenos e força do vento.

Proibição de queimadas Face às condições meteorológicas dos últimos dias, vários municípios do país anteciparam a decisão do Governo e alertaram a população para o perigo das queimadas. O Serviço Municipal de Proteção Civil de Guimarães – município onde estão, aliás, quatro freguesias assinaladas como primeira prioridade pelo ICNF –, alertou ontem para a restrição de queimas até dia 2 de abril. Além das queimadas, o alerta para as medidas preventivas centra-se também na restrição da “realização de fogueiras para recreio ou lazer, ou para confeção de alimentos”, avança a Câmara Municipal de Guimarães em comunicado. Na mesma linha está também o município de Braga, que determinou a proibição de queimadas desde o dia de ontem – período que se estende, para já, até ao primeiro dia de abril.

A decisão abrange todo o território nacional e surge também na sequência do aviso à população da ANPC, onde são referidas as subidas de temperatura “acima do habitual para esta época do ano”. A ANPC recorda que “os locais onde o índice de risco temporal de incêndio seja de nível muito elevado ou superior” devem ter em conta que “as queima de matos cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração está sujeita a autorização da autarquia local”.

Em matéria de risco de incêndio, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) atribuiu risco máximo de incêndio ao município de São Brás de Alportel (Algarve) e marca no mapa 22 municípios com risco elevado. No mapa do ICNF a mancha verde por estes dias é pequena – são apenas 19 os municípios com risco reduzido.