Juan Guaidó não reconhece impedimento ao exercício de cargos públicos

O autoproclamado Presidente interino não aceita a imposição do regime de Maduro, afirmando que não existe nenhum “impedimento legal” para que não possa execer cargos públicos

O autoproclamado presidente interino da Venezuela declarou que não reconhece legitimidade do controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, para que este o impeça de exercer cargos públicos durante 15 anos.

"[Ele] não é [controlador]. Não há um controlador e na Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria) não existe uma inabilitação (impedimento legal). O parlamento nacional legítimo é o único organismo que pode designar um controlador", revelou à imprensa.

O discurso aconteceu durante um discurso em que apresentou um plano para solucionar os problemas de abastecimento de água e eletricidade. "Esse senhor foi designado por um organismo inexistente", afirmou ainda, referindo-se à Assembleia Constituinte composta por simpatizantes de Nicolás Maduro.

De acordo com Guaidó, no regime estão "chateados", porque a oposição "está a recuperar o dinheiro que roubaram" e, dessa forma, "falam de uma suposta inabilitação".

"Os venezuelanos não se vão confundir com uma falsa inabilitação, isso não é o perigoso disto, o perigoso é que continuem a atacar a Presidência interina, mas vamos continuar na rua, executando a nossa Operação Liberdade", afirmou ainda.

De recordar que Elvis Amoroso anunciou na passada quinta-feira, em conferência de imprensa, que o autoproclamado Presidente interino estava impedido de exercer cargos públicos durante 15 anos, afirmando que "se presume" que Guaidó "ocultou ou falseou" dados da sua declaração de património e recebeu dinheiro de instâncias tanto internacionais como nacionais, sem justificar.

Em causa estarão por justificar 570 milhões de bolívares (152.760 euros), que correspondem a 91 viagens realizadas por Juan Guaidó, num total de 248 dias, em oito meses.