Papa assume história de dominação masculina na Igreja mas afasta algumas ideias feministas

O Papa Francisco reconhece que muitos jovens se afastaram da Igreja por “razões sérias e compreensíveis”

O Papa Francisco disse esta terça-feira que a Igreja Católica deve assumir uma história de dominação masculina e de abuso sexual de mulheres e de crianças e melhorar a sua reputação entre os jovens. Caso isso não aconteça, arrisca tornar-se "um museu".

Na exortação pós-sinodal, publicada com o nome ‘Christus vivit’, o Papa Francisco recordou ainda que muitos jovens se afastaram da Igreja ou criaram desapreço devido a “razões sérias e compreensíveis”, como os escândalos sexuais e económicos.

No capítulo intitulado “pôr fim a todo o tipo de abusos”, o chefe máximo da Igreja Católica lembra que “ninguém pode curar” o sofrimento das vítimas, explicando ainda que as mulheres têm “queixas legítimas” para exigir mais justiça e igualdade na Igreja.

"Uma igreja viva deve olhar para trás na história e encontrar boa parte de autoritarismo masculino, dominação, várias formas de escravatura, abuso e violência sexista", escreveu o Papa.

No entanto, o líder da Igreja Católica afirma não concordar com todas as propostas de alguns grupos feministas. "Com este olhar, [a Igreja] pode apoiar o apelo para respeitar os direitos das mulheres e oferecer apoio convicto de uma maior reciprocidade entre homens e mulheres, mesmo não concordando com tudo o que propõem alguns grupos feministas".