Carlos César e a continuação da polémica das nomeações familiares

Engenheiro eletrotécnico escolhido para a administração.

Três semanas depois de ter estalado a polémica com as nomeações do Governo que envolvem laços familiares, continuam a vir a público mais casos. Ao rol de nomeações soma-se agora o caso ­de Francisco César Gil que é desde julho de 2016 administrador da empresa pública Navegação Aérea de Portugal (NAV). O caso foi ontem revelado pela revista Sábado.

O primo do presidente do PS, Carlos César, é engenheiro eletrotécnico de formação, e iniciou a sua atividade profissional no setor privado, sobretudo na área das telecomunicações. Entre maio de 2013 e abril de 2016 foi vogal no conselho de administração da Sata, companhia área açoriana com fundos públicos. A sua nomeação para a NAV resultou de um despacho conjunto do ministro das Finanças, Mário Centeno, e do ex-ministro do Planeamento, Pedro Marques, agora cabeça de lista às europeias.

Na semana passada, o presidente do PS, Carlos César, procurou explicar os casos da sua  família à TSF. O irmão, Horácio César, que já está reformado, foi assessor de Jaime Gama e começou a carreira muito antes do atual líder parlamentar do PS se tornar deputado regional do PS/Açores nos anos 1980.

 O filho, Francisco César, é há semanas líder parlamentar da bancada regional do PS/Açores, e César assegurou que “nunca desempenhou funções de nomeação”. A nora, Rafaela Teixeira, é chefe de gabinete numa secretaria do executivo regional açoriano, liderado pelo PS, escolhida muito depois de César ter passado pelo Governo Regional dos Açores. Luísa César, a esposa, presidiu à estrutura de missão da Casa da Autonomia nos Açores, sendo funcionária pública desde a década de 1970 na Biblioteca Pública Nacional.

Entretanto, ontem o Observador revelou que Cavaco Silva nomeou a cunha, Margarida Mealha, para assessorar a esposa no gabinete de primeira-dama enquanto esteve em Belém.