Aeroporto de Alverca “seria grave atentado ambiental”, diz Governo

Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações reage à proposta de Pedro Santana Lopes.

Criar um novo aeroporto em Alverca “seria um grave atentado” ambiental e “um desastre” financeiro. As declarações pertencem ao secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto Miranda, respondendo assim à proposta de Pedro Santana Lopes, presidente da Aliança, que esta semana defendeu que o aeroporto complementar ao de Lisboa deveria ficar situado em Alverca, e não no Montijo.

O secretário de Estado frisa que “o país discutiu durante anos”, tendo o Governo estudado o “necessário” e decidido “fundadamente” que a melhor solução está na transformação da base aérea do Montijo. Alberto Souto Miranda lembra que o avanço das obras “só está dependente” da aprovação pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) do estudo do impacto ambiental (EIA), estimando que será entregue hoje, revelou em comunicado.

Alberto Souto Miranda espera que a APA se pronuncie até ao final de outubro, isto “se não o conseguir fazer antes”. “No Montijo, o impacto ambiental será muito mitigado”, defende, acrescentando que “será um aeroporto facilmente acessível por via rodoviária, fluvial e ferroviária, e será um dia o grande aeroporto de Lisboa”.

Recorde-se que Santana Lopes avançou na terça-feira que “não há nenhuma razão que torne o Montijo preferível a esta solução óbvia que é Alverca. Alverca é a solução mais lógica e racional”, destacou.

Ainda na sua resposta a estas afirmações, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações garante que a ideia do líder da Aliança “nem é uma ideia nova, nem é uma ideia boa”, apelidando-a de “uma ideia antiga” e má.

As críticas deste membro do Executivo foram ainda mais longe. “O Governo não está disponível para brincar à localização de aeroportos nem para aterrar várias centenas de hectares no rio Tejo. É um fogacho de campanha eleitoral inconsequente”, diz, acrescentando que, “ambientalmente, seria um grave atentado. Financeiramente, seria um desastre. E a capacidade de expansão desse aeroporto penderia da nossa vontade de ir aterrando o rio Tejo”.