Gabriela Correia vence com classe no Circuito do Estoril

A jovem piloto Gabriela Correia venceu este fim de semana a Classe 1 da Categoria TCR do Open de Portugal de Velocidade, na sua estreia, aos 16 anos de idade, numa prova que que decorreu no Circuito do Estoril, o mesmo palco mítico onde o seu ídolo de sempre, Ayrton Senna, igualmente debaixo de chuva,…

Gabriela Correia optou por correr sozinha, em alternativa a um eventual dueto, ao volante do Seat Leon Supercopa Mk 3, da JC Group Racing Team, assistida, como sempre, pela Vettra Motorsport, que em tempo recorde recuperou o carro depois de uma saída de pista, para a zona de gravilha, no sábado, que mesmo assim não a impediu de continuar a correr.

Bom desempenho igualmente para os outros dois carros, da mesma marca e modelo, que a par da jovem bracarense também competem no Campeonato de Portugal de Montanha, o Seat Leon Supercopa Mk 3 da dupla Joaquim Santos/Daniel Teixeira (Bom Piso Racing Team), com este último, um jovem transmontano, a recuperar do pião que teria dissuadido qualquer piloto temeroso.

Daniel Teixeira nos treinos cronometrados de sábado conquistou o terceiro tempo, o que lhe deu a terceira posição na grelha, o melhor Turismo e melhor TCR sequencial e DSG.

Nos treinos cronometrados para a segunda corrida, Daniel Teixeira fez o melhor tempo de todos os turismos e TCR, ficando só atrás dos dois GT, isto é, lugar na grelha absoluto.

O jovem transmontano teve excelente andamento, batendo toda a concorrência incluindo os TCR portugueses e estrangeiros de caixa sequencial.

Para a segunda corrida, Daniel Teixeira partiu da terceira posição, mas na primeira volta fez um tete, que lhe valeu cair para último. Empreendeu uma excelente recuperação que o levou novamente a vencer a categoria TCR DSG e terminando em sexto na classificação absoluta e quarta nos Turismos não lhe permitindo lutar pelo terceiro lugar porque a corrida foi encurtada em cinco minutos devido ao mau tempo que se tinha feito sentir.

Durante a corrida Daniel Teixeira estabeleceu o segundo melhor tempo, tendo sido apenas superado pelo Porsche GT3 Cup de Nuno Baptista.

O bracarense Pedro Marques (Mobycar, Nogueira Car e Mobi Cellular) também não deixou os seus créditos por mãos alheias, nesta sua incursão pela velocidade no Autódromo Fernanda Pires da Silva, a superar algumas contrariedades e a confirmar-se no Estoril um piloto heterogéneo e polivalente, pragmático quanto baste, tendo Pedro Marques ficado em segundo lugar na prova TCR de domingo.

O evento Estoril Super Racing Series foi realizado pela Associação Nacional de Pilotos de Automóveis Clássicos (ANPAC), tendo a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) apostado num conceito aberto e heterogéneo de categorias de velocidade, onde para além daquelas revelações do automobilismo português, os mais experientes na modalidade venceram nas suas respetivas categorias, com destaque para Nuno Baptista (Porsche 997 GT3 Cup) e Francisco Mora (Cupra TCR) que venceram no Open e TCR, tal como no sábado, assumindo-se, para já, como sendo mais sérios candidatos aos títulos.

Menos conquistadora foi este fim de semana a dupla Miguel Lobo/Patrick Cunha (este a substituir de emergência Francisco Carvalho), que conquistou um terceiro lugar na Corrida 3, mas teve que se contentar com o oitavo posto na Corrida de Sprint de hoje, num fim-de-semana em que se viu condicionada com problemas de caixa e de travões que limitaram o melhor resultado, mas que deram ainda assim para triunfar na Classe G3.

 

Pouco público presente

O denso nevoeiro que se abateu domingo de manhã partir da Serra de Sintra, levou os responsáveis do Motor Clube do Estoril, organizador da prova, a conseguir recuperar bem o tempo, mas o problema que continua a verificar-se na velocidade é a crónica ausência de público, tal como tem sucedido em Portimão, enquanto Braga e Vila Real, conseguem, geralmente, tem melhores molduras humanas, que muita falta fazem a qualquer desporto.

A Corrida 2 serviu para lançar algumas das referências em pista este domingo, estando em destaque Paulo Martins (VW Golf GTI R35), que triunfou na classe T2, Miguel Mota (Honda Civic Type-R EP3), vencedor entre os T4, para além de Manuel Valente (Mazda MX-5), mais assertivo na Classe T5.

A acumulação de vencedores nas classes prosseguiu, de resto, na Corrida de Endurance, onde pouco mais de 31 minutos ou 17 voltas e algumas incidências foram suficientes para coroar os já referidos Nuno Batista, Francisco Mora e Miguel Lobo/Patrick Cunha com triunfos nos G2, TCR e G3, respetivamente, no mesmo palco onde Gabriela Correia (T1), Paulo Martins (T2), Miguel Mota/André Tavares (T4) e Manuel Valente/José Fafiães (T5) reforçaram a liderança, voltando a carimbar o passaporte do triunfo nas suas classes.

Nos Clássicos e Clássicos 1300 triunfos esperados para Macedo Silva (H75), Luís Carlos (GR5), Joaquim Soares e Bruno Pires (H71), Pedro Poças e Fernando Xavier (H81), numa competição que prosseguirá próximo dia 18 e 19 de maio, no Circuito Vasco Sameiro, em Braga.

Na primeira corrida, tal como na segunda, o triunfo foi assinado com mestria, por Macedo e Cunha (Porsche 911 RSR), só que a única diferença é que enquanto na primeira corrida o vencedor da Categoria H75 teve que recuperar de uma má partida, na segunda liderou de fio a pavio.

Foi o que aconteceu na primeira, onde Pedro Bastos Rezende (Porsche 911) chegou em segundo (da geral e entre os “H75”), depois de se desembaraçar da legião de Escort´s, liderada por Rui Azevedo, Joaquim Jorge, Rui Costa (a braços com problemas de pneus) e Jorge Areia. Contudo, nesta categoria de “H75”, Bastos Rezende não foi tão eficaz na segunda corrida (sendo apenas 4º), deixando o protagonismo da luta pelo segundo lugar para os Escort’s de Costa e Jorge (com problemas de direção), que aqueceram as hostes nas bancadas e que acabou favorável a Costa.

Regularmente os mais rápidos em pista a seguir aos “H75”, os carros da Categoria “GR5” também deram o seu contributo para o sucesso da prova dos Clássicos. Neste particular, parte da responsabilidade recaiu sobre Luís Carlos, que levou o seu Ford Escort RS Mk II, duas vezes à vitória, com exibições de luxo. E se na primeira corrida deixou atrás de si, Marco Pinto (BMW 1600 1.9), na segunda foi secundado por Jorge Leite (Mazda RX-2 S122A), com João Cruz (Ford Anglia de Luxe) a fechar o pódio da categoria em qualquer uma das corridas.

Na categoria Históricos 71, Bruno Pires (Datsun 1200) não conseguiu fazer corresponder o tempo mais rápidos dos treinos à vitória na Corrida 1, que ficou, com todo o mérito, para o Lotus Elan de Joaquim Soares, enquanto João Vieira (Porsche 914-6 GT) completou o pódio. Mas, vingou-se no segundo “tira-teimas” do dia, pisando o lugar mais elevado do pódio, com larga margem de vantagem para João Vieira e Bruno Duarte (Alfa Romeo 2000 GT Veloce GTAM).

Quanto aos Históricos 81, os triunfos acabaram repartidos por Pedro Poças (Porsche 924) e Fernando Xavier (VW Scirocco), com qualquer um deles a não conseguir terminar a corrida que não venceu. Mais regular, Nuno Augusto colecionou dois segundos lugares, ao volante do Ford Escort Mk 2.

Destaque merecem ainda os Clássicos 1300, onde os Datsun 1200 (“H75” e “H71”) foram reis e senhores e Bruno Pires inscreveu, por duas vezes, o seu nome no quadro de honra dos vencedores, na primeira corrida, de forma isolada, e, na segunda, já sob maior pressão de José Fafiães, tendo sido o derradeiro lugar do pódio foi preenchido por Paulo Miguel (MG Midget) na Corrida 1 e por João Braga (Datsun 1200) na Corrida 2.

 

Luís Barros sem oposição

Conservando o espírito dos automóveis clássicos que fizeram a história do Campeonato Portugal de Velocidade Legends proporcionou duas boas corridas, com um denominador em comum: a vitória, sem oposição, de Luís Barros e do seu magistral Ford Sierra RS500, que não encontrou adversários à altura, capazes de lhe fazerem frente e importunar os triunfos também agregados entre os Legends 90.

Entre os Legends 90, se nas duas corridas Luís Barros se mostrou inalcançável, Abel Marques (Fiat Tipo 16V) e António Zenha (VW Golf GTI 16v) ocuparam os restantes lugares do pódio nas duas corridas, mas, compreensivelmente, bem distantes do Sierra RS500.

Já entre os Legend 99, enquanto na primeira corrida António Barros (BMW M3) ainda começou por dominar, acabaram por ser Nuno Figueiredo (Volvo 850 T5 Estate) e José Meireles (Toyota Carina E 2.0 GT) a ocuparem as duas primeiras posições depois de uma interessante contenda pelo triunfo.

Na segunda corrida, o mesmo BMW M3, mas agora guiado por Joaquim Soares, esteve a um passo da vitória, mas a falta de gasolina com a meta à vista, permitiu que Nuno Figueiredo e a carrinha sueca repetissem o trunfo da primeira manga.

 

Irmãos Monteiro vencem

Na Classe Livre, em qualquer uma das duas corridas o feudo da vitória foi para os irmãos Monteiro, com Miguel Monteiro a colocar o Volvo 850 no lugar mais alto do pódio (como segundo absoluto) na primeira corrida e Eduardo Monteiro a repetir a mesma dose de supremacia (também segundo da geral) na derradeira contenda. Só que enquanto na primeira corrida, foi Sérgio Pinto (Honda Civic Type-R EF9) a pisar o lugar intermédio do pódio, na segunda foi Filipe Ferreira e o seu Toyota Corolla GTI AE92 a instalar-se confortavelmente no segundo posto.

A Classe Especial também teve os seus momentos mais emocionantes, com o BMW 320 de Manuel Pedro Fernandes ainda tomou conta dos acontecimentos nas primeiras voltas da Corrida 1, mas acabou por abandonar, deixando a discussão do triunfo para os BMW 320 is E30 de Jorge Serôdio e Tito Gomes, que terminaram por essa ordem, mas já na segunda corrida, com Fernandes ausente, as posições repetiram-se e os antigos carros do troféu voltaram ao revivalismo.

Rodando de forma notoriamente mais lenta, Tiago Montes (Fiat Punto 85 Sport) correu sozinho nas duas corridas da FEUP 2, averbando assim naturalmente, dois triunfos, pese embora na segunda corrida ainda ter a companhia de Pedro Ferraz.