Maravilhoso serviço público

Costa, o tal que anda em campanha eleitoral desde que tomou de assalto os órgãos dirigentes do seu partido, já lá vai uma meia dúzia de anos, aproveitou-se da cerimónia de baptismo de um navio construído nos estaleiros navais de Viana do Castelo para procurar apropriar-se dos louros daquele projecto.

O engraçado é que o seu governo, e ele próprio, em nada contribuiu para a realização daquela obra, muito pelo contrário, se a sua vontade expressa à cinco anos tivesse dito tomada em conta, hoje os estaleiros onde este navio foi construído estariam inoperacionais.

Os socialistas, na altura já liderados por Costa, estiveram na primeira linha da contestação à privatização dos estaleiros navais de Viana do Castelo, profetizando, então, a morte a breve prazo  daquela empresa de construção naval, por via de deixar de estar na órbita estatal.

O navio que agora foi lançado ao mar, bem como outros que ao longo dos dois últimos anos têm sido entregues à Marinha, veio provar a superioridade de uma boa gestão privada em relação a um patrão que sempre se manifestou incompetente, péssimo gestor e esbanjador de fundos financeiros dos quais é apenas fiel depositário, ou seja, o Estado.

Os referidos estaleiros foram privatizados pela simples razão de que o patrão Estado os levou à falência, reduzindo a cinzas uma unidade de produção outrora exemplo do génio criativo dos portugueses e motivo de orgulho nacional.

Hoje, graças à capacidade empresarial de quem os gere, os estaleiros navais de Viana do Castelo  voltam a dar cartas na arte da construção naval, constituindo-se como dignos sucessores dos pioneiros de um anseio que remonta aos primórdios da Nação.

Não deixou, por isso, de ser irónico ver Costa, inchado que nem um peru, em ano de actos eleitorais que irão definir se ele se manterá ao leme do desgoverno do País, pavonear-se pela concretização de um trabalho à qual sempre se opôs, juntando-se à festa os seus comparsas autarcas que também tanto verberaram contra a iniciativa privada que reabilitou uma empresa que eles próprios haviam ajudado a levar à insolvência.

Até o cançonetista dos ósculos escuros, que nunca os tira, faça sol ou faça chuva, seja de dia ou de noite, presume-se que durma mesmo com eles, e que no passado foi dos que mais deram a cara pelos opositores da mencionada privatização então em curso, quis convidar-se a um festim ao qual, se tivesse um pingo de vergonha, nem ousaria aparecer, deixando-se embalar por um dueto partilhado com a antiga primeira-dama francesa.

Que espectáculo mais triste e degradante!

Dias depois e por ironia do destino, quando queriam provar as maravilhas do serviço público, os deputados do partido Os Verdes, os tais que formam um grupo parlamentar sem nunca terem recebido um único voto popular para o efeito, deslocaram-se ao Alentejo, para umas jornadas de campanha eleitoral, num comboio da CP.

Resultado: chegaram com mais do que uma hora de atraso!

Costa, manietado pela extrema-esquerda, reverteu a privatização da CP, mantendo-a na esfera do Estado e, consequentemente, como porto de abrigo dos amigalhaços do partido.

Por causa desta teimosia viajar de comboio, nos dias que correm, é uma autêntica lotaria. Nunca se sabe a que horas partem da origem e a que horas chegam aos destino e, pior ainda, nem se sabe sequer se vai haver comboio!

Seja porque alguns dos trabalhadores, muitos deles com os melhores salários que se praticam no funcionalismo público, resolveram entrar em greve ou, simplesmente, porque uma máquina qualquer se avariou.

Há uns meses tive que me deslocar ao Porto e comprei bilhete para o Alfa, com saída prevista perto das oito da manhã de um domingo. Ao chegar à estação do oriente deparei-me com a informação de que o comboio fora suprimido, sem mais qualquer explicação.

No gabinete de apoio ao cliente puseram-me a par da razão de tão inusitada supressão, justificando-se com a greve que iria ocorrer no dia seguinte. Perante a minha surpresa explicaram-me que os efeitos das greves se fazem sentir na véspera e no dia a seguir à da paralisação!

Maravilhoso serviço público!

Desde esse percalço que nunca mais viajei na CP e somente em último caso é que o voltarei a fazer.

Tenho recorrido às camionetas da rede expresso, que não se atrasam um minuto que seja, tanto à partida como à chegada, e geridas por gente competente e séria a quem não lhes passa pela cabeça suprimir um ofício previsto e já pago pelo utente.

Estamos perante a grande diferença entre o serviço que o Estado presta e aquele que, regra geral, é da exclusiva responsabilidade da iniciativa privada.

O primeiro é de desconfiar e, como tal, de descartar, e o segundo é confiável!