GOL não descarta origem interna de ataque informático

Ao i, uma fonte do GOL garante que a abertura da Maçonaria e do Palácio de Lisboa aos interessados poderá ter estado na origem de intromissão.

O site do Grande Oriente Lusitano (GOL) foi alvo de um recente ataque informático, mas entre os maçons desta obediência não se descarta a hipótese de se tratar de um ataque com origem interna, ou seja, levado a cabo por maçons. Ao i uma fonte que pediu anonimato lembrou ontem que tudo aconteceu na véspera do evento “Maçonaria de Portas Abertas”, lançando o caos e impossibilitando que algumas pessoas pudessem obter informação sobre este evento – que permite aos profanos visitarem as instalações só frequentadas por maçons. “Acredita-se que possa ter partido de alguém do interior descontente com esta abertura”, referiu a mesma fonte. Não é, porém, ainda certo que seja aberto um inquérito interno, até mesmo dada a complexidade da investigação necessária para apurar responsabilidades nestes crimes.

Numa comunicação interna a que o i teve acesso e que foi assinada pelo Grande Secretário Geral, José Marti, é possível ler que no dia 5 de abril “o website do GOL foi alvo de um forte ciberataque tendo sido encerrado temporariamente, por motivos de segurança”.

“O GOL, tal como diversos websites de grandes instituições públicas e privadas, tem regularmente sido objeto deste tipo de ataques, e embora a grande maioria das ocorrências sejam repelidas, tem-se vindo a registar o aumento da intensidade”, começou por revelar fonte oficial no documento.

Na missiva enviada aos irmãos desta obediência já se deixava antever suspeitas de que o ataque poderia estar relacionado de alguma forma com a iniciativa de abrir o Palácio de Lisboa ao público: “Curiosamente, este ataque aconteceu na véspera do evento ‘Maçonaria de Portas Abertas’, que decorreu [no] fim de semana, dias 6 e 7 de abril”.

Durante esta iniciativa além da abertura do Palácio de Lisboa a quem o quisesse visitar, realizou-se a primeira Feira do Livro Maçónico, uma exposição sobre o património cultural da obediência e diversas visitas guiadas.

Mas o evento não se ficou por aí, foram preparadas “quatro conferências, duas conversas sobre maçonaria, duas performances teatrais e um concerto musical”. Na mesma ‘prancha’, como os maçons denominam este tipo de informações escritas internas, é mencionado que toda esta programação teve “ampla divulgação na comunicação social e redes sociais, o que levou, em diversos momentos, ao entupimento da rede telefónica e ao desagrado daqueles que, devido ao encerramento do […] website, procuravam por informações quanto aos horários das atividades”.

Mas ainda assim, apesar de todos os problemas, refere o Grande Secretário Geral não houve falta de visitantes: “Registou-se a participação no evento – superior às nossas expectativas – de perto de um milhar de de visitantes e a apreciação muito positiva, de acordo com as opiniões e avaliações recolhidas”.

O i tentou ontem sem sucesso contactar o Grão mestre do GOL, Fernando Lima para perceber quais as consequências desta intromissão, bem como quais as medidas de segurança entretanto adotadas.

Em 2012, uma fuga de informação sem precedentes fez com que fossem vazados centenas de nomes de maçons do Grande Oriente Lusitano – os dados acabaram publicados no blogue Casa das Aranhas. Vários maçons cujos nomes foram então descobertos ficaram em pânico.