O capitão que planeou e comandou a Revolução de Abril confessa que exerce o direito ao voto mas que costuma optar pela abstenção porque não consegue acreditar em nenhum partido político da atualidade. “Interessar-me-ia um partido de esquerda, mas os partidos de esquerda que aparecem também não me dão grande confiança para que possa votar neles”, disse o antigo militar durante o último programa do Governo Sombra.
A poucos dias da comemoração do 45.º aniversário do 25 de Abril, Otelo Saraiva aproveitou ainda a ocasião para voltar a defender a democracia direta considerando que esse seria o regime “formidável”.
De acordo com a TSF, o antigo militar contou que "após a explosão de liberdade, (…) o povo veio demonstrar, através de assembleias populares que foram surgindo em toda a parte, uma capacidade notável, um dinamismo ótimo, uma inteligência apurada, e um sentido de participação ativa na vida política do país". E para Otelo Saraiva foi esse "dinamismo, essa capacidade do povo, que durante quase meio século tinha ficado perfeitamente submetido a uma ditadura", que levou o povo a "mudar agulhas".