Santos Silva sobre demissão do Governo: “Vamos esperar e vamos ver”

Número dois do Governo ataca parceiros políticos após aprovação da reposição do tempo de serviço dos professores

Santos Silva sobre demissão do Governo: “Vamos esperar e vamos ver”

O ministro dos Negócios estrangeiros, Augusto Santos Silva, atacou o PCP e o Bloco de Esquerda, parceiros privilegiados do Executivo de Costa, por terem aprovado a reposição do tempo de serviço dos professores, votada favoravelmente por todas as forças políticas à exceção do PS.

“Foi uma enorme irresponsabilidade. O Governo não pode conduzir a sua responsabilidade orçamental na base de decisões que contrariam o Tratado Orçamental”, afirmou em entrevista à TSF, antes da reunião de urgência da coordenação política do Governo convocada por António Costa.

Questionado sobre uma eventual demissão do Governo, hipótese aflorada esta manhã ao Público por Carlos César, líder parlamentar do PS e presidente do partido, o número dois de Costa disse: “É preciso esperar, o processo ainda está em curso na Assembleia”. “Vamos esperar e vamos ver”, insistiu.

Para Santos Silva, “o país não pode estar dependente de coligações negativas, nem a esquerda pode criar condições de ingovernabilidade ao Governo que apoia, nem a direita pode dar este espetáculo estando sempre a falar no resgate financeiro [de 2011]”.

O ministro sublinhou ainda que a reposição do tempo de serviço congelado implicaria um aumento “absolutamente brutal” da despesa, “na ordem das muitas centenas de milhões por ano”.

O governante acredita que o país está em risco de voltar a ser “governado pela demagogia”.​

Recorde-se que o Parlamento aprovou na quinta-feira, só com os votos contra dos socialistas, uma alteração ao decreto do Governo estipulando que o tempo de serviço a recuperar aos professores serão nove anos, quatro meses e dois dias.

Na sequência desta aprovação, o primeiro-ministro António Costa decidiu convocar uma reunião com os membros da coordenação política do Governo para esta manhã. Sendo que o encontro conta também com a presença extra do ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.

{relacionados}