Campeonato de Velocidade aguarda melhores dias

“O panorama dos campeonatos de Velocidade tem sido difícil, não apenas em Portugal, mas também em Espanha e vários outros pontos da Europa, por isso sabemos que é um trabalho que envolve persistência e dedicação”

O Campeonato de Velocidade terá a sua segunda jornada, em Braga, no próximo fim de semana, mas aguarda-se por melhores por dias, já que na primeira ronda, disputada no Estoril, o público primou pela ausência, ao contrário daquilo que sucede na montanha e nos ralis, por exemplo, o que terá a ver com o divórcio entre os pilotos e os espetadores.

A agravar a situação estão as condições do Circuito Vasco Sameiro, em Braga, que longe de outros tempos, deixam muito a desejar, a nível das boxes e serviços de apoio. Com o passar dos anos as instalações têm vindo a degradar-se e a falta de conforto nas bancadas é evidente, sendo talvez por isso que o público quase não exista em Braga.

Para tentar dar a volta a este panorama, a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) esta época optou por juntar várias categorias num conceito de Open de Portugal de Velocidade, que continua a afirmação em época de estreia, confiando agora a promoção dos espetáculos à Associação Nacional de Pilotos de Automóveis Clássicos (ANPAC), que já fez jus ao desafio, reunindo 73 carros para o Circuito de Vasco Sameiro, na freguesia de Palmeira, em Braga, com mais de 90 automóveis, o que será bom auspício.

Grelhas cheias nos Campeonatos de Portugal de Velocidade Clássicos e Clássicos 1300 (CPVC e CPVC 1300) e Campeonato de Portugal de Velocidade Legends, é aquilo que o Clube Aventura do Minho (CAMI) Motorsport promete, a fim de se dar a volta por cima. Destaque para o número de 29 viaturas inscritas entre Legends, que constitui um recorde para este campeonato se excetuarmos a fase em que competiam carros dos troféus FEUP. Também a adesão entre os pilotos de Clássicos e Clássicos 1300 é bom sinal, tal como nos Legends, a qualidade e diversidade do parque automóvel poderá proporcionar bom espetáculo, mas recomenda-se uma reflexão de porquê as bancadas estarem quase vazias, quando os ingressos custam cinco euros ou dez euros, neste caso com direito a estacionar.

Criado este ano, o Campeonato Open de Portugal de Velocidade também continua o seu trabalho de afirmação no panorama da velocidade nacional, reunindo, para já, um total de 14 viaturas inscritas, um número semelhante ao da prova de estreia, disputada no Estoril.

Ni Amorim confiante

Segundo o presidente da FPAK, Ni Amorim, “nós tínhamos de fazer alguma coisa, porque a velocidade tinha menos concorrentes do que teve em anos anteriores, aliás, penso que a ANPAC está a fazer um bom trabalho e se compararmos a primeira prova da velocidade deste ano, com a primeira prova do ano passado, vemos que houve um acréscimo de 15 carros, por isso estou confiante que tudo vai correr bem” na presente temporada de 2019".

Para Paulo Miguel, da ANPAC, “os números de participantes nos Clássicos, Clássicos 1300 e Legends são a melhor evidência do sucesso destes campeonatos, confirmando o trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo de uma década e o Open de Portugal é outra forte aposta da ANPAC, pelo que temos a certeza que também atingirá o patamar que todos queremos, assim que consolidarmos este projeto junto dos pilotos que deixaram a Velocidade num passado recente”.

Segundo Paulo Alves, também da ANPAC, “temos desenvolvido todos os esforços para atrair mais pilotos para o Open, porque acreditamos que este campeonato é mesmo a fórmula certa para a velocidade nacional”.

“O panorama dos campeonatos de Velocidade tem sido difícil, não apenas em Portugal, mas também em Espanha e vários outros pontos da Europa, por isso sabemos que é um trabalho que envolve persistência e dedicação, mas o trabalho da ANPAC deu frutos nos Clássicos e Legends, estando certos que também teremos êxito no Open de Velocidade”, acrescentou Paulo Alves.