Lucros da EDP caem 39% para 100 milhões

Custos financeiros e impostos mais elevados são as razões apontadas pela elétrica portuguesa para justificar a quebra de resultados. 

Os lucros da EDP caíram 39% para os 100 milhões de euros nos três primeiros meses do ano. A empresa liderada por António Mexia revelou ainda “que excluindo efeitos não recorrentes, o resultado líquido recorrente caiu 32% em termos homólogos, para 167 milhões de euros no primeiro trimestre do ano devido aos custos financeiros e impostos mais elevados no primeiro trimestre do ano do que mitigaram o impacto positivo do crescimento da distribuição no Brasil e aumento de capacidade renovável”, disse em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

Entre janeiro e março, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da elétrica totalizou 921 milhões de euros, o equivalente a uma subida homóloga de 3%.

A empresa diz ainda que o imposto sobre o rendimento ascendeu a 99 milhões de euros, um aumento de 25 milhões face a 2018 “no seguimento de uma elevada taxa efetiva de imposto no primeiro trimestre de 2019”, pesando 27% face os 18% registados no período homólogo de 2018.

Já a dívida líquida da empresa liderada por António Mexia aumentou 268 milhões de euros no primeiro trimestre para 13,7 mil milhões de euros, “reflexo de aceleração de crescimento e do pagamento a fornecedores de imobilizado”.

O investimento operacional consolidado ascendeu a 344 milhões de euros, “reflexo da estratégia de diversificação do portefólio a nível geográfico”, sendo que 32% do investimento operacional foi alocado ao Brasil, 15% na América do Norte, 43% na Península Ibérica e 10% no resto da Europa.

A capacidade instalada total da EDP avançou 2% em termos homólogos, tendo atingido 27,2 gigawatts em março, resultado “da entrada em operações de novos parques eólicos”.

Também em março, 74% do portfólio da EDP correspondia a capacidade renovável. Em termos de produção total, nos primeiros três meses do ano, o peso das renováveis ascendeu a 69%.

“A EDP mantém o enfoque na aposta na satisfação dos clientes, qualidade de serviço e maior envolvimento com os seus clientes, cujo portfólio ascende a 11,4 milhões da Península Ibérica e Brasil”, diz o documento. 

 Os resultados da empresa foram anunciados no dia a seguir do relatório da comissão de inquérito às rendas excessivas, redigido pelo deputado do Bloco de Esquerda, ter sido aprovado na Assembleia da República. Ainda assim, sob as acusações do  PSD ao considerar que o documento “não é factual” e com o CDS a afirmar que podia ter ido mais longe.