Vara. Diogo Gaspar Ferreira pode ter de regressar ao Parlamento

O PSD pondera agora chamar novamente à comissão de inquérito o ex-diretor executivo do empreendimento de luxo Vale do Lobo por ter mentido na primeira audição. 

Diogo Gaspar Ferreira, ex diretor executivo do empreendimento Vale de Lobo, pode ter de regressar à comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Tudo porque agora chegou às mãos dos deputados da comissão uma série de documentos que provam que, afinal, Gaspar Ferreira pode ter mentido na primeira audição sobre a proposta para o financiamento do resort Vale do Lobo. 

Ao contrário daquilo que Gaspar Ferreira tinha dito – que não sabia quem tinha enviado o documento -, terá sido o próprio Gaspar Ferreira a enviar a proposta a Armando Vara. “Tal como combinado com o Rui Horta e Costa, junto enviamos relatório sobre o resort Vale do Lobo”, lê-se no e-mail revelado pelo Observador, que foi enviado por Gaspar Ferreira a Armando Vara.  Ao e-mail juntaram-se vários anexos que, entre outros documentos, continham as projeções financeiras e estimativas das receitas do golfe. 

Agora, o PSD questiona a possibilidade de chamar novamente Gaspar Ferreira à comissão de inquérito para que seja confrontado. Ao Observador, o deputado Duarte Marques garantiu: “Vamos ponderar o que fazer em relação a Diogo Gaspar Ferreira. A sua mentira na Comissão compromete-o a ele e a Armando Vara”. 

A propósito, durante a comissão, Gaspar Ferreira foi questionado por Duarte Marques acerca da forma como a proposta de financiamento terá chegado à CGD. À questão, Gaspar Ferreira respondeu: “Terá chegado, imagino eu – à Caixa, não sei se ao dr. Armando Vara – através do dr. Rui Horta e Costa, que era quem fazia os contactos com os bancos”. E foi mais longe: “Agora, se ele [Rui Horta e Costa] enviou para a telefonista da Caixa Geral de Depósitos, para o administrador Armando Vara, para o presidente da Caixa Geral de Depósitos, ou para o diretor, eu não lhe sei dizer”. 

Gaspar Ferreira manteve a sua posição do início ao fim e garantiu sempre não conhecer o rumo da proposta em questão. E, note-se, além do PSD, também Paulo Sá, deputado do PCP, e Cecília Meireles, deputada do CDS, pediram esclarecimentos sobre este assunto.