Silvestre Tulumba, o ‘sobrinho’ do general

Silvestre Tulumba Tyihongo Kapose, hoje com 38 anos, é um empresário visto como sobrinho-neto de Kundi Paihama, mas é menos e é mais do que um familiar do general que foi um dos elementos mais poderosos da política angolana dos últimos 40 anos. 

É menos, porque a verdade é que Paihama era amigo do avô de Tulumba e não existem laços familiares entre os dois; é mais, porque a ascensão meteórica do empresário é explicada pela relação com o general, de tal forma que Tulumba é, para muitos, mais do que um familiar, é o próprio Kundi Paihama, um testa de ferro. 

Silvestre Tulumba nasceu em 1981, na província da Huíla, no sul de Angola. Foi motorista de táxi até que surge, em 2002, como fornecedor de viaturas ao governo da província. Pela mão do então ministro da Defesa Nacional, Kundi Paihama, expande o negócio e fornece automóveis importados ao Estado, especialmente aos ministérios onde o general tem influência. Os negócios dos dois cruzam-se, direta e indiretamente: nas fazendas, nas empresas que Paihama controla e que são geridas pelo grupo de Tulumba; no BANC (ver texto principal); na Plurijogos. É difícil perceber onde começam os interesses de um e acabam os do outro. 

A atividade de Tulumba surge, também, envolta em polémica, especialmente por dívidas. É o caso das situações de incumprimento registadas no sistema financeiro, especialmente no BPC e no BANC, o litígio nos Estados Unidos por quebra de contrato num negócio de aquisição e aviões, ou a investigação feita pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP) por causa de salários em atraso a trabalhadores portugueses da Imosul, construtora do grupo.

Em contraste, Silvestre Tulumba e a família são conhecidos por exibir luxo, através, por exemplo, do Falcon do grupo que usam para deslocações aos Estados Unidos ou uso de um McLaren e de um Bentley Bentayga em Lisboa.

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