Como reage o corpo às altas temperaturas?

As ondas de calor, enquanto fenómeno extremo, podem afetar não só as pessoas mais vulneráveis, mas todas. São vários os efeitos que pode ter na saúde, mas o corpo tem um mecanismo especial para lidar com as temperaturas altas.

Como reage o corpo às altas temperaturas?

Não há dúvida de que o corpo humano tem uma adaptabilidade elevada, e isso também é visível nas alturas em que o mercúrio do termómetro sobe. Quando isso acontece, o organismo aciona um mecanismo designado como termorregulação, cujo objetivo é regular a temperatura do corpo perante variações de temperatura consideráveis no exterior. “Nós somos uma fonte de calor, os nossos órgãos emitem calor. E portanto, o organismo desvia o sangue para as áreas de maior contacto com o ar, para poder dissipar o calor. Essas áreas são as zonas periféricas, o fluxo de sangue segue para essa zona e arrefece através da pele. Associado, dá-se a produção de suor, que ao passar pela pele acaba por arrefecê-la, permitindo uma melhor recuperação térmica”, explica ao i Gustavo Borges.

Se se pergunta porque é que temos menos fome quando está calor, a resposta está aqui: “Não sentimos tanta vontade de comer porque o nosso sangue está desviado para a pele, não está tanto nos nossos órgãos nem em específico no nosso estômago”, elucida o especialista de Saúde Pública.

Por fim, e porque a onda de calor vai continuar pelo fim de semana, importa relembrar os cuidados a ter. De acordo com o vice-presidente da ANMSPM é fundamental “ingerir líquidos sem álcool e sem açúcar – idealmente água, ainda que se possa beber alguns sumos naturais e que não sejam de pacote –, fugir da exposição solar e colocar um protetor solar com fator elevado para evitar as radiações ultravioletas”. O especialista recomenda ainda o uso de um chapéu de abas largas e de óculos de sol, também para proteger da radiação ultravioleta, e aconselha, sempre que possível, à permanência em locais climatizados – “como supermercados ou centros comerciais” –, durante pelo menos duas a três horas. “Quem não pode fazê-lo, beba muita água, refresque a casa com ventoinhas e é importante estar acompanhado para controlar os efeitos nocivos que o calor pode ter no corpo”, conclui Gustavo Borges.