Fórum para a Competitividade fala em evolução “fraca” da economia

Crescimento de 1,8% da economia é justificado com forte aceleração do investimento.

O Fórum para a Competitividade afirma que, apesar da aceleração para 1,8% no primeiro trimestre, a economia portuguesa registou o segundo menor crescimento entre os países menos desenvolvidos da União Europeia, mantendo assim uma “fraca posição”. Só a Grécia é que está atrás de Portugal. Para o economista Pedro Braz Teixeira, responsável pelo documento, se “há quem se regozije com o facto de o crescimento português do primeiro trimestre de 2019 (1,8%) ter sido ligeiramente superior à da média da UE (1,5%)”, o facto é que “não há grande justificação para isso” e “nada justifica a complacência com que estes dados têm sido recebidos”.

E os números falam por si. No grupo dos países menos desenvolvidos da UE, a Hungria e a Polónia cresceram 5,2% e 4,6%, estando “em vias de ultrapassar” Portugal, enquanto “dentro do grupo dos países mais ricos da UE há vários com desempenhos superiores” ao português, como a Irlanda (2,6%), a Suécia (2,4%), a Dinamarca (2,2%), a Finlândia (2,1%) e os Países Baixos (1,9%).

Segundo o Fórum para a Competitividade, o crescimento de 1,8% até março da economia portuguesa resultou de uma “forte aceleração do investimento, contrariado por uma subida muito forte das importações, que quase anulou o primeiro efeito”, acrescentando que “a ligeira aceleração do PIB resulta de dois efeitos muito fortes, de sinais opostos, o que dificulta a leitura de uma tendência. Mas a composição do PIB é agora mais saudável: menos consumo privado, mais investimento e mais exportações”, considera.

Já em relação ao emprego, o Fórum para a Competitividade diz que “medido em termos de contas nacionais, desacelerou de novo, de 1,6% para 1,5%, no primeiro trimestre, enquanto a produtividade subiu de forma muito modesta, em apenas 0,3%, muito longe dos 1,4% previstos no Programa de Estabilidade, pelo que será ainda mais difícil alcançar esta meta até ao final do ano”.

E acrescenta que, a queda acumulada do emprego no último trimestre de 2018 e no primeiro trimestre de 2019 ascende a 22,6 milhares de postos de trabalho, face ao máximo do emprego desde 2011, de 4.902,8 milhares, registado no terceiro trimestre de 2018.

No 1º trimestre de 2019, o défice externo atingiu 1231 milhões de euros, face a 78 milhões no período homólogo, com a deterioração na balança de bens (1245 milhões) muito inferior à melhoria do excedente da balança de serviços (32 milhões).