Maternidade do Hospital de Portimão fechada até terça-feira

Sindicato Independente dos Médicos denuncia “falta de pediatras que assegurem os cuidados neonatais em presença física”

A maternidade do Hospital de Portimão vai ficar encerrada até terça-feira. O anúncio foi feito este sábado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e deve-se à "falta de médicos pediatras que assegurem os cuidados neonatais em presença física”, segundo revelou à Agência Lusa o secretário-geral do organismo, João Roque da Cunha.

“Não havendo médicos disponíveis para garantir os mínimos de segurança para as grávidas que ali recorram, manda a prudência que o serviço encerre, e é o que vai acontecer até terça-feira, altura em que a situação será reposta”, realçou o dirigente sindical, revelando que as grávidas em trabalho de parto com condições de transferência em segurança serão encaminhadas para o Hospital de Faro. De acordo com a administração hospitalar, até às 9 horas de terça-feira serão garantidos no Hospital de Portimão apenas os partos iminentes e/ou emergentes.

A administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que integra os hospitais de Lagos, Portimão e Faro, reconheceu ainda, em carta enviada à Lusa, “dificuldades em assegurar os períodos da escala entre as 16h30 do dia 07 e as 09h00 do dia 11 de junho [de sexta a terça-feira]". "A carência de profissionais ao nível da especialidade de pediatria na unidade Hospitalar de Portimão é reconhecida. O conselho de administração tem trabalhado com empenho no sentido de garantir todas as escalas, no entanto por motivos alheios ao órgão de gestão, haverá dificuldade em assegurar períodos da referida escala”, justifica a administração do CHUA.

De acordo com entidade gestora dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) do Algarve, “foram adotadas internamente e de forma organizada com os seus próprios recursos, um conjunto de medidas que visam minorar os eventuais impactos da falta de especialistas nesta área". "Face à reconhecida carência destes especialistas e a dificuldade em contratá-los, foram desencadeadas, sem sucesso, algumas diligências, nomeadamente o pedido de cedência temporária ou partilha pontual de médicos pediatras junto de diversos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), contactados mais de 50 pediatras através de empresas de prestação de serviços médicos, bem como foram desenvolvidos vários concursos que ficaram desertos, por falta de candidaturas", refere a administração do CHUA, manifestando-se "inteiramente disponível para contratar, de imediato, médicos pediatras”.

João Roque da Cunha garante que o encerramento destes serviços não é exclusivo do Algarve e que neste momento se verificam situações idênticas na área Metropolitana de Lisboa. "O acionamento do plano de contingência nos dias 1 e 3 de junho no Hospital Amadora/Sintra significa que durante a noite a maternidade esteve encerrada”, salienta.