Índia. Seis condenados por violação e homicídio de criança

Envolvendo um funcionário do poder local e vários polícias, o caso gerou uma onda de indignação.

Um tribunal indiano condenou ontem seis homens por repetidas violações e o assassínio de uma menina de oito anos no estado de Jammu e Caxemira – três deles à pena de prisão perpétua. Havia ainda um sétimo acusado que foi inocentado neste caso que, depois da violação em grupo de uma jovem universitária num autocarro, em 2012, que levou ao endurecimento das penas contra casos de agressão sexual na Índia, voltou a chocar o país. 

O caso pelo qual os seis homens, todos eles hindus, foram ontem condenados remonta a janeiro do ano passado, quando a menina, pertencente a uma comunidade nómada muçulmana, foi sequestrada em Kathua. O seu corpo seria encontrado três semanas depois nas imediações dessa cidade. De acordo com os investigadores, a menina foi mantida em cativeiro num templo por vários dias, ao longo dos quais foi sendo repetidamente violada e torturada, enquanto era sedada, até ter sido assassinada. 

Ainda de acordo com o que a investigação conseguiu apurar, os crimes terão sido cometidos como forma de aterrorizar a comunidade a que a criança pertencia. No total foram oito os acusados no processo, incluindo um menor, que por isso foi julgado separadamente. Entre eles contam-se um funcionário do governo local reformado e quatro membros das forças de segurança – dois deles acusados de destruição de provas e de corrupção passiva. 

O caso gerou uma onda de indignação na Índia: de um lado, os que exigiam a condenação à morte dos acusados; do outro, os que pediam a sua absolvição. Um grupo de advogados chegou mesmo, ainda em 2018, a fazer diligências para impedir que a polícia registasse a ocorrência.