Restos mortais de Bartolomeu dos Mártires roubados em Viana do Castelo

O responsável pelo setor da Catequese da Diocese de Viana do Castelo explicou que o relicário roubado, em metal dourado, “não tem grande valor comercial, mas o que continha no seu interior, a ossada de Frei Bartolomeu dos Mártires, é de valor incalculável”.

Os restos mortais do declarado venerável, a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, encontravam-se na igreja de São Domingos, em Viana do Castelo, até serem roubados na terça-feira à noite. A informação foi adiantada, à agência Lusa, pelo pároco Vasco Gonçalves.

D. Frei Bartolomeu dos Mártires, religioso dominicano da ordem dos pregadores, conhecido por ser arcebispo de Braga, nasceu em 1514 e morreu em 1590. Foi batizado na igreja paroquial dos Mártires, com o nome Bartolomeu, sendo que os progenitores eram devotos de Nossa Senhora dos Mártires. Segundo uma lenda, o santo tinha uma cruz impressa nas costas da mão direita.

O responsável pelo setor da Catequese da Diocese de Viana do Castelo explicou que o relicário roubado, em metal dourado, "não tem grande valor comercial, mas o que continha no seu interior, a ossada de Frei Bartolomeu dos Mártires, é de valor incalculável". Incalculável também pela devoção da população minhota ao frei, que é uma referência em Portugal.

O segundo comandante da PSP de Viana do Castelo, Raul Curva, afirmou que o alerta foi dado pelas 16h30 de terça-feira. O caso foi comunicado à Polícia Judiciária de Braga, que "tomou conta da investigação". Sublinhe-se que, na segunda-feira, a imagem de Nossa Senhora das Dores, ficou "danificada" na sequência da tentativa de assalto à mesma igreja de São Domingos.

Apelidado como "arcebispo santo, pai dos pobres e dos enfermos", ficou conhecido, no Alto Minho, por ter mandado construir o Convento de Santa Cruz – atual de São Domingos – e pela sua dedicação aos mais carenciados.