CGD. Constâncio pondera processar Filipe Pinhal

Em causa estão as declarações do ex-administrador do BCP na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa

Vítor Constâncio revelou esta quarta-feira que está a podnerar avançar com uma ação judicial contra Filipe Pinhal, na sequência das declarações do ex-administrador d BCP na Comissão Parlamentar de Inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Pondero processar o doutor Filipe Pinhal. É uma decisão que ainda não está tomada, porque nem ouvi as declarações, os advogados têm de analisar, mas estou a ponderar”, disse o antigo governador do Banco de Portugal à rádio TSF.

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Recorde-se que Filipe Pinhal afirmou ontem que tanto Vítor Constâncio, como José Sócrates e Teixeira dos Santos apoiavam um grupo de entidades – composto pela Sonangol, a EDP, a CGD – e de empresários – nomeadamente os empresários Joe Berardo e Manuel Fino – na tentativa de implementar mudanças na administração do BCP. “Todos estavam alinhados no sentido de mudar a administração do BCP e fazer uma insólita transferência da CGD para um banco privado cotado em bolsa”, afirmou.

Pinhal disse mesmo que o antigo governador do Banco de Portugal, o ex-ministro das Finanças e o antigo primeiro-ministro terão influenciado Joe Berardo para que este reforçasse a sua posição no banco: “Os três constituem o triunvirato, não diria que desenhou a operação, mas que deu a bênção sobre toda a operação”. “Não se pense que a Sonangol viria de Angola para desencadear a tempestade sem a concordância do Governo”, acrescentou.

José Sócrates reagiu ontem às declarações do ex-administrador do BCP, dizendo que nunca discutiu com Joe Berardo qualquer investimento. "Nunca tive sequer conhecimento, fosse por quem fosse, da sua intenção de reforçar a sua posição acionista no Banco Comercial Português”, frisou.

“Nunca interferi, nem influenciei nenhuma decisão dos acionistas do banco relativas à escolha da sua administração. As despudoradas ‘sugestões’ feitas a esse propósito não passam de pura e velhaca maledicência”, acrescentou o ex-primeiro-ministro.