NBA. O primeiro título para o Canadá (com vídeo)

Os Toronto Raptors sagraram-se campeões pela primeira vez na história, após vencer o jogo 6 da finalíssima no reduto dos Golden State Warriors

Festa rija (e inédita) no Canadá: os Toronto Raptors foram a Oakland bater os Golden State Warriors (110-114) no jogo 6 da finalíssima e tornaram-se a primeira equipa fora dos Estados Unidos a festejar um título da NBA (4-2). Um triunfo incrível, tendo em conta que os Warriors eram bicampeões em título e detinham uma enorme fatia de favoritismo, mas também pelo facto de três das quatro vitórias dos Raptors nesta final terem sido conseguidas no reduto adversário.

 

 

Os Warriors, pode bem dizer-se, perderam o título em casa. Na última terça-feira, quando toda a gente esperava o quarto triunfo dos Raptors e consequente vitória no campeonato, o conjunto de Oakland foi a Toronto vencer por 105-106, dando uma demonstração de força própria de um campeão. Nesta finalíssima, todavia, essa força foi sempre intermitente, contribuindo decisivamente para tal a ausência de Kevin Durant – o MVP (melhor jogador) das finais de 2017 e 2018 regressou precisamente nesse jogo 5, somou 11 pontos em dez minutos… e voltou a lesionar-se: a rotura no tendão de Aquiles vai afastá-lo dos pavilhões nos próximos meses.

As lesões, de resto, foram o inimigo número 1 dos Golden State esta época. Até ao fim, pode bem dizer-se, pois Klay Thompson, que já havia falhado o jogo 3 e estava a ser o melhor elemento da equipa neste jogo 6 (30 pontos), lesionou-se a pouco mais de dois minutos do final do terceiro período, com os Warriors então a vencer por 85-80 – após o fim da partida, viria a saber-se que o base contraiu uma lesão grave nos ligamentos do joelho esquerdo, pelo que o esperam também vários meses de recuperação.

 

 

Troca perfeita
Como em tudo na vida, o azar de uns acaba por ser a sorte de outros. No último período, os Raptors passaram para a frente, alicerçados no talento de Kahwi Leonard mas também de Fred VanVleet, que só nesse parcial registou 12 pontos. Ainda tremeram quando perderam a bola a 9,6 segundos do fim, numa altura em que venciam por 111-110; valeu-lhes a tentativa falhada de triplo por parte de Stephen Curry, desta feita muito desinspirado nesse particular (apenas três convertidos em 11 tentativas), a que se seguiu o golpe de misericórdia dado por Leonard.

 

 

"A equipa estava a fazer boas campanhas nos playoffs antes de eu chegar, sabia que era uma equipa com talento. Vim para cá com o pensamento definido: jogar e ganhar. Sabia que o Kyle [Lowry] estava chateado com a troca [Leonard veio dos San Antonio Spurs por troca com DeMar DeRozan, ídolo dos Raptors], mas disse-lhe: ‘Vamos fazer algo especial. Sei que o teu melhor amigo foi embora, sei que estás zangado, mas vamos fazer isto funcionar’. Tinha o objetivo de fazer história assim que cheguei a Toronto, e foi o que fizemos", referiu o extremo de 27 anos, eleito MVP da final pela segunda vez na carreira, depois de 2014 pelos Spurs – entra para uma categoria só alcançada antes por LeBron James e Kareem Abdul-Jabbar.

 

 

Aposta ganha para Masai Ujiri, o nigeriano que montou a equipa e que confiou em Nick Nurse, técnico de 51 anos que já se encontrava na estrutura mas que nunca havia orientado qualquer equipa na NBA. Resultou em cheio.