Madonna e o Instagram. “Está feito para nos fazer sentir mal”

Numa entrevista ao tabloide britânico The Sun,  a rainha da pop disse ter tido a sorte de ter podido construir a sua carreira num outro tempo.

Longe dos números de seguidores que alcançam figuras como Cristiano Ronaldo (150 milhões) ou Kim Kardashian (124 milhões), Madonna está a quilómetros de chegar ao top das celebridades que mais fãs reúnem no Instagram. Talvez porque não lhe interesse, como deu a entender numa entrevista publicada pelo tabloide britânico The Sun no fim de semana em que lançou Madame X, o seu 14.º álbum de estúdio, inspirado na cultura portuguesa, pelos últimos tempos passados em Lisboa.

“Acho que o Instagram está feito para nos fazer sentir mal”, afirmou. “Damos por nós a compararmo-nos às outras pessoas. Deveria ser assim, agir assim, parecer assim?”, critica a rainha da pop. “Será que isto vai fazer de mim mais popular, mais bem sucedida? As pessoas tornaram-se escravas da aprovação dos outros. Recuso-me a ceder àquilo que as convenções e a sociedade esperam de mim enquanto mulher”.

Numa altura em que se vão adensando as dúvidas sobre para que tipo de sociedade nos estão a conduzir as redes sociais, Madonna revelou ainda estar constantemente a insistir com a sua filha mais velha, Lourdes, para “parar de se preocupar tanto com o que parece ou a forma como as pessoas a vão comparar” com ela. E acrescenta: “Sinto-me mal pelas pessoas mais novas, que não tiveram a oportunidade de desenvolver o seu caráter” sem a pressão das redes sociais.  O mesmo vale para os artistas e celebridades das gerações mais novas.

Diz Madonna que é tempo de os artistas se concentrarem em serem eles próprios, porque o mundo precisa de “vozes que sejam únicas, de inspiração”. E fala sobre o seu caso: “Tive a sorte de poder ter tido uma vida enquanto artista antes dos telemóveis e do Instagram e das redes sociais, porque tive tempo para me poder desenvolver como artista e como ser humano sem sentir a pressão do julgamento das outras pessoas ou estar a comparar-me a outras pessoas”.

Numa entrevista que acaba de dar ao Guardian, publicada na passada sexta-feira, recorda as inseguranças do seu início de carreira: “Posso ter-me sentido insegura, posso ter sentido que não era ningém, mas sabia que tinha de fazer qualquer coisa. Se ia fazer alguma coisa da minha vida, e tinha que fazer, então meti-me pelos lugares escuros, pelas ruas menos caminhadas. De outra forma, para quê viver?”.