Dono do Palácio do Kebab acusado de ofensa à integridade fisíca por utilizar espátula

O julgamento teve inicio esta quarta-feira, três anos depois da disputa. 

O julgamento da disputa no restaurante Palácio do Kebab foi iniciado esta quarta-feira e o dono do restaurante, localizado em frente à ex-discoteca Place no Cais do Sodré em Lisboa, é acusado de ofensa à integridade física grave por ter utilizado uma espátula para se defender de Carlos Santos, o homem que utilizou uma arma de fogo durante a luta é acusado de tentativa de homicídio.  

O caso ocorreu há mais de três anos quando um grupo de jovens invadiu o restaurante de kebabs do turco Mustafa Kartal, encerrado na altura, enquanto o proprietário e outro colega limpavam o espaço.

Um grupo de entre 20 e 30 jovens invadiu o espaço e, segundo a acusação do Ministério Público, citada pelo Diário de Notícias, começou “a retirar bebidas do interior de uma arca frigorífica, ao mesmo tempo que um dos indivíduos de identidade não apurada tentava retirar a caixa registadora do local”.

Mustafa Kartal defendeu-se do grupo com uma espátula – uma lâmina de extremidade larga usada como utensílio de cozinha, com 30 cm de comprimento e 4 de largura – e desferiu um golpe no jovem que procurava roubar a caixa. A acusação afirma que Kartal sabia que a espátula iria criar "especial perigosidade para a integridade física do ofendido", sendo que pode vir a ser punido com uma pena de prisão de dois a dez anos.

No entanto, o Ministério Público afirma que Kartal "agiu influenciado pela carga emocional vivenciada pela globalidade dos acontecimentos". A posição sobre a atitude do arguido Carlos Santos já é diferente. O MP afirma que o arguido "atuou com o propósito de tirar a vida" a Mustafa, não o logrando por acaso. O homem irá também responder por não possuir licença de porte e detenção de arma.

O espaço de Mustafa Kartal ganhou fama depois do sucedido e o turco começou a ser muito respeitado entre a população, visto ter defendido os seus bens e o seu local de trabalho.