Deputados ameaçam Berardo com queixa ao MP

Associação Coleção Berardo recusou enviar documentos aos deputados da comissão de inquérito à Caixa. 

Os deputados da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aprovaram ontem por unanimidade a comunicação ao Ministério Público (MP) caso a Associação Coleção Berardo não envie documentos a tempo. “Relembramos que caso os documentos não cheguem no tempo pedido iremos agir em conformidade”, disse o presidente da comissão, Luís Leite Ramos, acrescentando que agirá, mandatado pelos deputados, “se se mantiver esta falta de vontade da Associação Coleção Berardo”.

De acordo com o responsável, a comissão entende que o facto dos “títulos da Associação Coleção Berardo serem penhor da Caixa Geral de Depósitos” entra no âmbito da comissão.

Esta garantia surge depois da associação ter recusado enviar à comissão parlamentar de inquérito ao banco público os documentos requeridos pelo CDS-PP, justificando que “em nada poderá contribuir para o inquérito em causa”.

De acordo com a associação ligada ao empresário e colecionador de arte José Berardo, o pedido “extravasa o objeto legalmente fixado” para a comissão de inquérito, argumentando também que a ACB “não é, nem nunca foi cliente da CGD, nem ainda existiu ou existe qualquer concessão de crédito da CGD à Associação Coleção Berardo”.

Recorde-se que, o requerimento do CDS-PP, datado de 24 de maio, pediu à ACB “o envio de todas as atas de assembleias-gerais e anexos, a lista de presenças nas respetivas assembleias-gerais, os estatutos atuais e todas as versões anteriores, a lista de associados (em todas as qualidades) e detentores de títulos de participação, anual, de 2009 até à última assembleia geral”. Os centristas lembram ainda que a ACB “é designada como sendo uma das ‘partes’” do acordo-quadro celebrado entre José Berardo, Fundação José Berardo, Metalgest, Moagens Associadas, SA, Associação de Coleções e os bancos credores: CGD, BCP e BES.