Proibição de corridas de cães vai ser discutida no Parlamento

Projetos do Bloco de Esquerda e do PAN alertam para treinos violentos e abandonos.  

O Parlamento vai discutir a proibição das corrida de cães no dia 2 de julho. Os projetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN argumentam que esta atividade é particularmente violenta para os animais.

O diploma dos bloquistas começa por explicar que as corridas de galgos e outros cães exigem treinos violentos e envolve “um elevado número de abandonos”. Os animais que “não dispõem das características” e “velocidades necessárias” ou sofrem lesões acabam por ser abandonados. 

Os bloquistas alertam ainda que são “necessárias políticas de proteção do bem-estar animal para garantir a não promoção de apostas ilegais” e a “limitação de atividades” ligadas abandono animal.

O projeto de lei do PAN também alerta que “o abandono destes animais é uma prática comum e os treinos são igualmente violentos”. O diploma, da autoria do deputado André Silva, afirma que é normal o recurso ao doping. “Para melhorar a performance dos cães são lhes administradas substâncias como efedrina, arsénico, estricnina e, às vezes, cocaína”, garante. 

O diploma explica ainda que “é comum o recurso a esteroides para que se verifique aumento de massa muscular e mais energia durante as corridas. Estas substâncias provocam a curto prazo doenças renais, hepáticas, cardíacas, dermatológicas, odontológicas e, em 98% dos casos, patologias do foro psicológico. De tal forma que com pouco mais de dois anos estes animais já se encontram de tal forma desgastados que são aposentados”.

Corridas em 28 Países

Atualmente, existem corridas de galgos em 28 países em todo o mundo. “Destes, apenas sete têm pistas profissionais como é o caso da Austrália, Irlanda, Macau, México, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. Os restantes 21, onde se inclui Portugal, têm pistas amadoras”, explica o projeto de lei do PAN, garantindo que “a tendência mundial é para se ir proibindo este tipo de atividades” e “Portugal não deve ficar alheio”. 

O deputado André Silva argumenta ainda que “esta nem sequer é uma atividade que se diga fortemente implementada em Portugal nem tão pouco que seja uma atividade tradicional”.