“Batia-me, dizia-me que eu era maluca, dizia-me que eu não servia para nada”

Artista recordou passado de violência doméstica

Simone de Oliveira recordou, em entrevista no programa ‘Conta-me Como És’, da TVI, o seu passado de violência domestica, quando tinha apenas 19 anos.

Numa entrevista conduzida por Fátima Lopes, Simone falou sobre o primeiro casamento e como essa foi uma das fases menos boas da sua vida.

“Batia-me, dizia-me que eu era maluca, dizia-me que eu não servia para nada, nem para ser mulher da má vida”, começou por dizer.

“Eu gostava de ouvir música, abria o rádio mas duas ou três horas antes de ele chegar, fechava-o. Ele passava a mão por cima do rádio e percebia que estava morno e pumba”, recordou.

A artista, hoje com 81 anos, revelou que, depois viver três meses naquela situação, decidiu fugir.

 “É engraçado que a única coisa de que eu me lembro é de ter uma moeda de 25 tostões numa mão, que era o bilhete da Amadora para Lisboa. Não tinha mais nada. Lembro-me perfeitamente de comprar o bilhete… e já não me lembro de entrar no comboio. E já não me lembro de ter chegado a casa dos meus pais, que era em Alvalade. Como é que eu fui lá parar? Não sei”, contou, revelando ainda que contou toda a história aos pais e que a sua mãe viria a ficar gravemente doente.

“Só me lembro de estar no quarto dos meus pais, de me sentar numa cadeira e de contar a história toda. E a minha mãe [a cair] para o chão”, relatou.

 “Quando esse senhor me telefonou três dias depois: ‘Queres ir ao cinema?’, eu disse-lhe: ‘Ouve uma coisa que te vou dizer: se a minha mãe morrer agora por isto, eu mato-te!”, disse a cantora.

Simone afirma que o agressor acabou por se afastar.

“Percebeu que estava a falar a verdade e afastou-se(…) Matava-o. Pode ter a certeza”, disse a também atriz a Fátima Lopes.