Aos dois anos, menina morreu com demência a ouvir o seu conto favorito

Necessitava de cuidados “24 horas por dia, sete dias por semana” e era alimentada através de uma sonda que estava ligada ao estômago.

Descrita como “criança milagre”, Mirryn Cunningham morreu no domingo passado após ter travado uma longa batalha contra a doença de Batten ou, como é comumente apelidada, demência infantil. A menina, de apenas dois anos, padecia desta enfermidade genética rara e neurodegenerativa cujos sintomas passam por descoordenação motora, retrocesso cognitivo, estrabismo e constipação intestinal crónica.

Nas últimas semanas de vida, a bebé escocesa já não era capaz de se sentar ou levantar-se pois o seu cérebro sofreu demasiados danos. Ao Scottish Daily Record, a mãe de Mirryn, Vicky, de 34 anos, adiantou que a menina “combateu por muito tempo” e “respirou pela última vez enquanto lhe era lida a sua história preferida”.

Mirryn morreu no Children’s Hospice Association Scotland, em Kinross, onde passou as últimas oito semanas de vida. “Construímos o máximo de memórias possível. Passeávamos e até fazíamos pequenas festas” avançou Vicky ao Edinburgh Live, confessando que a filha necessitava de cuidados “24 horas por dia, sete dias por semana” e era alimentada através de uma sonda que estava ligada ao estômago.

Apesar do luto que está a enfrentar, Vicky acredita que a experiência da filha “tornará a vida mais fácil a outras crianças no futuro”. A menina nasceu às 31 semanas de gestação e desenvolveu-se de forma normal até aos dez meses. O primeiro sintoma? Mirryn não conseguia agarrar nenhum objeto com força, tendo sido somente diagnosticada com a doença de Batten no passado mês de janeiro.

De acordo com a equipa médica que seguiu a pequena Mirryn, citada pela progenitora desta, a bebé “desafiou os limites da Medicina”. Já nos cuidados paliativos, Cunningham foi medicada com Keppra, um medicamento indicado no tratamento de “crises parciais com ou sem generalização secundária em adultos e adolescentes a partir dos 16 anos com epilepsia diagnosticada”, como se pode ler na bula do fármaco no site da European Medicines Agency.

Na página GoFundMe destinada à angariação de fundos para a compra de uma cadeira que poderia auxiliar a postura de Mirryn, a família obteve o equivalente a 6133 euros. O valor será usado para pagar o funeral da criança.