Mais livros, por favor

Até que ponto é que a Feira do Livro é um evento trendy É um evento de família e que merece um passeio pelo Parque Eduardo VII, mas é ‘instamagrável’?

Nesta altura do ano só se fala em festivais de música, sunsets, santos populares, antecipadas festas de Verão, numa avalanche de eventos que torna a agenda quase incomportável.

No meio de tudo isto a Feira do Livro continua a ser um dos eventos pelo qual eu mais anseio. 

Há quem alegue que numa era com tanta data e tecnologia os livros são já coisa do passado. Tudo bem que lemos em ecrãs, no kindle, nos kobos e outros, continuando assim agarrados às palavras, mas qual a verdadeira importância dos livros atualmente?

No que toca às novas gerações sabemos que ler não está no top das suas atividades preferidas e que mais rapidamente ficam agarrados a um tablet ou a um Netflix do que se dedicam a ler algumas páginas. São vários os planos de leitura e iniciativas em escolas e até na própria Feira do Livro para estimular esta leitura e para que ela se torne parte dos seus hábitos.

Eu sou suspeita porque tenho uma relação emocional com os livros, mas acho que os devíamos tratar um bocadinho melhor. Em cada livro há um tesouro por explorar que nos pode servir de inspiração em inúmeras áreas da nossa vida.

E não sou só eu que tenho esta relação com os livros, daí o foco e o interesse na Feira do Livro que já se assume como um dos acontecimentos de junho em Lisboa. É certo que são várias as reportagens um pouco por todos os meios, os escritores que vão apresentar novidades e até as ativações que já temos no recinto começam a ganhar mais expressão. 

Mas até que ponto é que a Feira do Livro é um evento trendy?

É seguramente um evento de família e que merece um passeio pelo Parque Eduardo VII, mas é um evento ‘instagramável’? São os livros ainda propriedade apenas dos intelectuais?

Faço assim a apologia dos livros. Da criatividade e do poder de viajar, imaginar e sonhar.

Os livros são fundamentais desde tenra idade ensinando cores, formas, letras, decifrando emoções. 

São essenciais no nosso crescimento escolar descobrindo matérias, paixões, línguas. São parte dos nossos nos tempos livres levando-nos mais longe sempre. 

É sabido que quem tem um livro conhece o mundo sem sair do lugar, fala com gente de todas as culturas e países, abre os horizontes e nunca se entedia.

E porque para mim não há nada mais influenciador que um livro, convido todos e todas a um passeio atento pela Feira do Livro, em busca da imaginação que tantas vezes escasseia e do que nos pode ajudar a fazer diferente, melhor e de forma mais eficaz. Na área da comunicação e da estratégias das marcas tudo serve para nos desafiar – romances. policiais, livros técnicos, biografias, seja qual for o estilo a leitura pode ser o segredo mais bem escondido da nossa abordagem às marcas. À vida. Às pessoas. Ao talento.

Quando todos falamos em experiências marcantes e relevantes, that money can’t buy; na importância de ser único, customizado, espetacular, não nos esqueçamos que um livro pode perfeitamente cumprir este papel. 

E de forma bem mais acessível, democrática e simples. Um luxo que todos podemos ter e que em tanto enriquece a nossa alma. 

Boas leituras!

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment