Guarda prisional ajudava traficantes a introduzir telemóveis e esteroides em Caxias

Os arguidos vendiam estupefacientes, como cocaína e haxixe e esta era a sua única fonte de rendimento

Guarda prisional ajudava traficantes a introduzir telemóveis e esteroides em Caxias

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) divulgou, esta quarta-feira, um processo coletivo que conta com 28 arguidos que estão acusados dos crimes de tráfico de estupefaciente agravado, detenção de arma proibida, corrupção ativa, branqueamento de capitais, peculato de uso, dano qualificado e de corrupção passiva.

Os suspeitos dedicavam-se à venda de produtos estupefacientes, como cocaína e haxixe, sendo esta a sua única fonte de rendimentos. Abasteciam-se de cocaína junto de outros arguidos e vendiam a mesma a terceiros, “procedendo ao seu corte e embalamento individual, atividade que desenvolviam no Bairro da Torre, em Cascais ou na localidade do Zambujeiro – Cascais”, como se pode ler no site oficial da PGDL.

Os factos criminosos ocorreram em “data não concretamente determinada, mas que se situa no ano de 2010”, e os indivíduos comunicavam com os fornecedores de estupefacientes e com os compradores através dos telemóveis próprios – utilizados “para combinarem as transações com os fornecedores e com os respetivos clientes, combinando por essa via as entregas do estupefaciente e os pagamentos”.

Ficou também provado que três dos arguidos conheciam um Guarda Prisional do Estabelecimento Prisional de Caxias e, entre 30 de novembro de 2015 e 1 de julho de 2017, pediram-lhe auxílio para introduzir telemóveis e esteroides na prisão anteriormente referida. Deste modo, o guarda vendia os produtos em questão aos reclusos e recebia contrapartidas monetárias “de montante não apurado”.

O Ministério Público requereu a condenação de dois dos arguidos como reincidentes, o prejuízo para o Estado “das vantagens ilícitas provenientes dos crimes imputados foi de €26.836,91”, e a aplicação a dois dos arguidos das penas acessórias de proibição do exercício de funções.

Foram apreendidos diversos bens, no decorrer da investigação – liderada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Sintra – como quantias monetárias, produto estupefaciente, instrumentos e proventos do crime. Dez dos arguidos estão sujeitos à medida de coação de Prisão Preventiva desde a última sexta-feira.