Um centro de detenção de migrantes foi atingido por um ataque aéreo na Líbia e matou pelo menos 40 pessoas no final da noite de terça-feira, nos arredores de Trípoli, capital da Líbia, fazendo ainda 80 feridos.
O ataque foi lançado pelas forças leais a Khalifa Haftar, do Exército Nacional da Líbia, um governo paralelo no país que controla o leste e o sul da Líbia. Haftar tentou tomar a capital do Governo reconhecido internacionalmente há três meses. No entanto, esgotados os meios de guerra convencionais, o líder das forças anti-Governo anunciou na segunda-feira que iniciaria uma série de ataques aéreos para tomar Trípoli.
Osama Ali, porta-voz dos serviços de emergência líbios, disse à AFP que os migrantes encontravam-se num armazém que foi diretamente atingido pelo ataque, que albergava cerca de 120 pessoas, situado perto de um campo militar. Acredita-se que o centro conta com cerca de 600 migrantes africanos com a intenção de chegar à Europa.
Num comunicado, o Governo de unidade nacional reconhecido internacionalmente, denunciou o ataque como "um crime hediondo" e chamou Haftar de "criminoso de guerra".
A Líbia é um dos pontos principais para os migrantes vindos de África que fogem da pobreza e da guerra, para tentar apanhar um barco e chegar aos mares italianos. Mas a verdade é que muitos são resgatados pela guarda costeira líbia – apoiada pela União Europeia, que quer estancar a migração – e trazidos de volta para o país.