Homem corta mãos à mulher com machado por ciúmes na Rússia

A jovem está decidida a reconstruir o quotidiano, até porque deu um passo em frente: foi à Alemanha e, agora, tem mãos biónicas

Margarita Grachyova, de 26 anos, viveu aquele que descreve como um dos piores dias da sua vida a 11 de dezembro de 2017. Mãe de dois meninos, foi alvo de um ataque brutal por parte do marido, Dimitry Grachyov, de 27 anos: achando que a esposa o traía, levou-a até uma floresta, exigiu que se ajoelhasse e cortou-lhe as mãos com um machado. Contudo, a jovem está decidida a reconstruir o quotidiano, até porque deu um passo em frente: foi à Alemanha e, agora, tem mãos biónicas.

O psicólogo, que levou a cabo um ato de violência tremenda, foi condenado a 14 anos de prisão pelo tribunal de Serpukhov, perto de Moscovo. A vítima sente-se melhor com as próteses, como adiantou ao Daily Mail, mas quer “ser sexy novamente” sendo que “por vezes” acredita que já não é atraente. Margarita, mais conhecida por Rita, conquistou fãs por todo o globo devido ao seu estado de espírito e à mentalidade através da qual encara a vida. Uma das mãos foi cosida, o que lhe causa dores e inchaço e, portanto, movimentos limitados. Os filhos chamam à jovem “mãe transformer” devido às próteses que usa.

“Sexualidade: como é que ela se manifesta? Depois da tragédia, achei que já não era bonita. Antes, era uma rapariga sem defeitos mas agora não tenho uma mão e fiquei com imensas cicatrizes no braço e na perna esquerdos. Honestamente, ainda não aprendi a aceitar-me” avançou a mulher nas redes sociais, acrescentando ainda, em tom jocoso, que “a prótese preta não combina com os vestidos azuis”. Porém, decidiu especificar que, na sua ótica, “a sexualidade não é apenas a aparência, o comprimento das pernas ou o cabelo mas sim uma coisa mais profunda”.

Para ultrapassar os seus próprios limites e desafiar-se, Grachyova escreveu um livro sobre violência doméstica – com o auxílio da mãe, que é jornalista – e já aprendeu a saltar de paraquedas. Está a meio do processo de divórcio e confessou à RT News, site de notícias russo, que apesar de não “ter desistido da vida privada” tem “prioridades diferentes”. No entanto, a vítima não esquece a injustiça de que foi alvo: “Nenhum veredicto me devolverá as mãos. Terei de viver com isto para o resto da minha vida” explicou ao órgão de informação anteriormente mencionado.

Em tribunal, o criminoso não deixou de admitir aquilo que tinha feito de modo explícito: “Amarrei-lhe os braços com cordas, perto dos ombros. Obriguei-a a ajoelhar-se e ela estava a gritar. Enquanto lhe cortava as mãos, não tentou fugir, apenas caiu ao chão. Depois, arrastei-a até ao carro e não sei como é que ela ainda tinha os olhos abertos. Soube, desde o início, que teria de a levar ao hospital. Decidi fazer isto na véspera”. Por outro lado, Grachyova esclareceu que, enquanto se dirigiam à unidade de saúde, o marido rematou: “Vais ter de esperar por mim, até sair da prisão. Cuidado, posso cortar as mãos aos teus familiares”.

Grachyov foi acusado dos crimes de tentativa de homicídio, rapto e ofensa à integridade física.