UNESCO. Bom Jesus de Braga e Palácio de Mafra considerados Património Cultural Mundial

O Santuário do Bom Jesus de Braga e o Palácio Nacional de Mafra entraram na lista que, desde 1983, conta com a herança portuguesa

Dois novos bens portugueses juntaram-se à lista do Património Cultural Mundial da UNESCO, no decorrer da 43ª sessão do Comité do Património Mundial, em Bacu, no Azerbaijão. No evento, que teve início a 30 de junho e terminará no próximo dia 10, foi decidido que o Palácio Nacional de Mafra – isto é, todo o conjunto monumental, o que inclui o palácio, a basílica, o convento, o jardim do cerco e a tapada – bem como o Santuário do Bom Jesus do Monte de Braga – sacro monte, capelas, fontes e estátuas alegóricas e a basílica – doravante, farão parte da lista que “integra bens de valor universal excecional, o qual é aferido através do cumprimento de determinados critérios e de condições de integridade e de autenticidade, bem como da existência de um plano de gestão”, como é possível ler no site oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“É um motivo de grande regozijo para o Presidente da República e para todos os portugueses” começou por escrever Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem publicada no site da Presidência, acrescentando que saúda “vivamente os promotores destas candidaturas, os autarcas, os diplomatas, as autoridades civis e eclesiásticas e todos aqueles que, também na sociedade civil, ajudam a levar mais longe o património português físico, histórico, artístico, religioso ou intelectual”. Por outro lado, na conta oficial do Twitter, o primeiro-ministro António Costa confessou que este é “mais um motivo de orgulho para Portugal” e congratulou “todos os que contribuíram para tal reconhecimento”. Recorde-se que já constavam, desta lista, outros 15 bens portugueses divididos entre património material (bens móveis e imóveis) e imaterial (“bens imateriais que constituam parcelas estruturantes da identidade e da memória coletiva do povo português”. D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, em declarações públicas na página da arquidiocese, explicou que o reconhecimento tem “um valor incalculável” que ultrapassa “claramente as fronteiras do país”.

Património material Em 1983, o centro histórico de Angra do Heroísmo (Açores), o Mosteiro da Batalha, o Mosteiro dos Jerónimos/Torre de Belém (Lisboa) e o Convento de Cristo (Tomar) foram agraciadas por variados motivos, como, no caso da Batalha, o facto de ser representativo “de uma obra-prima do génio criativo da humanidade”. Volvidos três anos, foi a vez do centro histórico de Évora, pela troca de influências e contacto de culturas que simboliza assim como pelo tipo de construção. No último ano da década de 80, o mosteiro de Alcobaça entrou na lista. Em 1995, a paisagem cultural de Sintra foi reconhecida pelo “valor universal extraordinário” que possui. No ano seguinte, o centro histórico do Porto foi inscrito por ser uma prova viva da evolução urbanística. Em 1998, os sítios pré-históricos de arte rupestre do vale do rio Côa foram elogiados pelo “contributo dado para a diversidade e credibilidade” da lista em causa. Na viragem do século, a Floresta Laurissilva da Madeira destacou-se. Em 2001, o centro histórico de Guimarães e o Alto Douro Vinhateiro entraram na lista devido à história, cultura e paisagem regionais. Três anos depois, a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, nos Açores foi realçada pela “resposta única à vinicultura numa pequena ilha”. Em 2012, as Muralhas de Elvas integraram o conjunto histórico-cultural em em 2013, a Universidade de Coimbra.

Património imaterial Em 2011, o estilo musical cujo nome significa ‘destino’ foi considerado património imaterial pela sua importância “como parte da identidade cultural de Portugal”. Ao fado, sucederam a dieta mediterrânica em 2013, o fabrico de chocalhos alentejanos em 2015 – pela necessidade de salvaguarda urgente, o barro preto de Bisalhães em 2016 e, há dois anos, a produção dos “Bonecos de Estremoz”, uma arte que conta com mais de três séculos de História.