Hong Kong. A lei de extradição para a China “está morta”?

Os organizadores dos protestos, que têm abalado o enclave chinês, temem que o Governo volte a reiniciar o processo quando a pressão diminuir.

Numa aparente vitória para as centenas de milhares de manifestantes que têm protestado em Hong Kong, a líder do enclave chinês, Carrie Lam, garantiu que vai cair a proposta de uma lei de extradição para a China continental – acusada de minar a independência judicial de Hong Kong e permitir a perseguição de oponentes políticos de Pequim. A lei “está morta”, disse taxativamente Lam.

Lam prometeu que a lei “vai morrer” naturalmente em 2020, no final do seu atual mandato. Mas reconheceu que “ainda há dúvidas persistentes sobre a sinceridade do Governo e preocupações de que o recomece o processo”. Vários organizadores das manifestações acusam-na de os tentar aplacar, e prometem protestos até que o Governo aceite as suas exigências. Que passam pela retirada das acusações contra os manifestantes detidos nas últimas semanas, uma investigação independente à repressão policial e a demissão de Lam. 

Em conferência da imprensa, Lam disse que ia a caminho da secretaria da Justiça para pedir a libertação dos detidos. Mas recusou um investigação independente à ação policial, deixando-a a cargo de agências governamentais.