Governo questionado pelo PAN sobre falta de monitorização das águas costeiras

Só existem duas boias para medir a temperatura, e uma nem está a funcionar

O PAN questionou a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e o ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes, sobre a notícia, avançada pelo jornal i no início da semana, de que o IPMA tinha apenas duas boias de medição da temperatura do mar, sendo que uma delas está avariada.

A medição da temperatura da água está a ser feita apenas em Leixões, pois a outra boia existente localizada em Sines, não está operacional, avançou o i.

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“A notícia do i volta a levantar dúvidas relativamente à monitorização que o IPMA e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) efetuam nas águas costeiras e de transição”, o que para o PAN prova que o Executivo “descura o mecanismo de controlo de variação da temperatura no mar”. Isto numa altura “em que os efeitos das alterações climáticas se tornam cada vez mais visíveis, como denuncia o extremar das catástrofes naturais por todo o planeta”, lê-se num post do Facebook do partido.

Nesse sentido, o PAN perguntou à ministra do Mar: “Quantas boias de medição de temperatura da água costeira e transição existem na costa portuguesa?”; “Quantas se encontram funcionais?”; “Quais os parâmetros que as boias analisam, para além da temperatura?”; “Existe alguma previsão para o reforço das boias ao longo da costa portuguesa?”; “Existe partilha de dados entre a APA e o IPMA?” e “Onde podem ser consultados os dados medidos pelo IPMA?”.

Mas as questões ao Governo não ficaram por aqui. Matos Fernandes também foi questionado sobre o mesmo assunto, tendo o PAN insistido em saber: “Quais os resultados da monitorização intensiva das águas costeiras e de transição?”; “Qual a origem da mortalidade dos animais marinhos que deram à costa no dia 7 de julho de 2019?”; “Foram efetuadas medições da qualidade da água nas zonas onde ocorreram estes eventos?”; e “Quais os resultados?”.

O PAN fez ainda questão de sublinhar que o Ministério do Ambiente tinha garantido, o ano passado, estarem previstas para 2018, 2019 e 2020 campanhas de monitorização nas águas costeiras e de transição, que seriam realizadas de forma intensiva.