Manifestantes continuam a pressionar o Governo em Hong Kong

A antiga colónia britânica tem vivido momentos de convulsão nas últimas semanas.   

Dezenas de milhares de pessoas voltaram a encher as ruas de Hong Kong, este domingo, contra a crescente interferência da China no território. As manifestações, que começaram em junho, são motivadas por um profundo desagrado em relação a Carrie Lam, chefe do Executivo local, exigindo a sua demissão, e também pela controversa lei de extradição. 

A antiga colónia britânica tem vivido momentos de convulsão nas últimas semanas. As manifestações começaram no dia 9 de junho, juntando milhões de cidadãos nas ruas desde então. A lei de extradição, que desencadeou a revolta, previa que qualquer suspeito de atividade criminal pudesse ser julgado no continente chinês. Para os opositores da lei, isso significa uma intromissão inaceitável de Pequim, podendo servir de justificação para perseguir ativistas, jornalistas e opositores ao Partido Comunista da China. 

“Hoje em dia não há realmente nenhuma confiança na China”, apontou ontem um manifestante de 73 anos, à Reuters. “Não prometeram 50 anos sem mudança?”, interrogou o homem.

Nas ruas, alguns manifestantes agitaram cartazes a apelar a Donald Trump: “Por favor liberte Hong Kong” e “Defenda a nossa constituição”.

Uma das maiores exigências dos cidadãos de Hong Kong é a demissão de Lam. Embora a chefe do Executivo da cidade tenha prometido a suspensão da lei de extradição, e prometido que esta não avançaria, a governante recusa retirar oficialmente a lei da agenda parlamentar. 

O protesto foi pacífico durante quase todo o dia, mas registaram-se confrontos entre a polícia e os manifestantes ao anoitecer. “Isto é um momento perigoso. Os cidadãos de Hong Kong podem escolher morrer ou viver. Estamos no limite, mas felizmente ainda não morremos”, disse uma manifestante ouvida nos protestos deste domingo.