Duarte Pato. Quem era o piloto português que morreu na Alemanha?

Apaixonado por voar, pela Académica de Coimbra e pelas causas sociais: é deste modo que conhecidos, colegas e amigos descrevem o oficial-piloto que perdeu a vida na madrugada desta quarta-feira

Aos 38 anos, o oficial-piloto sofria de problemas cardíacos e já tinha sido submetido a várias cirurgias. Descrito como “adepto da Académica e elemento ativo da claque Mancha Negra” pelo regional Diário de Coimbra, o profissional devia ter pilotado o voo TP 597 de Estugarda, na Alemanha para Lisboa cuja saída estava prevista às 06h05 com chegada marcada para as 7h48 desta quarta-feira à capital portuguesa.

O voo acabou foi cancelado pois Pato foi encontrado morto num quarto de hotel na cidade de Estugarda. A informação foi avançada, em primeira mão, pelo diário ‘As Beiras’, porém, na página oficial do Facebook dos ‘Ultra Mancha Negra Boys’, a claque oficial da Associação Académica de Coimbra, pode ler-se que o profissional da aviação não esquecia a cidade dos estudantes mesmo viajando constantemente: “A vida mostra-nos da forma mais dolorosa que aquilo que mais devemos cativar e preservar é a amizade e o respeito entre os que têm o privilégio de andar neste mundo, principalmente os que nos são próximos”.

Tratado carinhosamente por ‘O Pato’, era descrito como “um apaixonado pela cidade de Coimbra e pela Académica, levando-A para todo o lado que viajava”. Um dos momentos mais marcantes da carreira do português foi igualmente mencionado na publicação da rede social anteriormente mencionada, na qual a claque explicou que o piloto levou uma parte da mesma até à República Checa, há seis anos, quando esta se encontrava no Grupo B da Liga Europa. Aliás, no site da equipa pode constatar-se que a viagem teve início por volta das 9h na manhã de 19 de setembro a partir do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, com chegada a Praga pela hora do almoço.

“Com um coração gigante, ele ajudava uma menina que tem um tumor cerebral e é um grande exemplo de solidariedade para o grupo” a verdade é que a vertente de humanismo e generosidade de Pato foi realçada pelos colegas de claque. O núcleo londrino da claque apelou ao descanso, em paz, do “irmão de bancada”.

Sublinhe-se que Pato auxiliava Rafaela, uma menina de quatro anos que padece de paralisia cerebral. Por meio do Facebook do seu blogue ‘My life, My blog’, a mãe da criança veio demonstrar a tristeza perante a notícia: “A vida é muito injusta… Um grande amigo da nossa Rafinha, esteve sempre do nosso lado, e de tantas outras crianças… Fiquei sem palavras! Obrigada por tudo, Duarte” escreveu Bárbara.

Por outro lado, a Associação Académica de Coimbra traça em linhas gerais o perfil de Pato: “um fervoroso adepto da Briosa, presença assídua nos jogos sempre que a sua profissão o permitia e um seguidor atento do dia-a-dia do clube”, esclarecendo que deixou família, colegas e amigos “inesperadamente num sentimento de profunda injustiça e consternação”.

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