Ex-deputada do PSD apoia polícias na concentração e critica o Governo

“Comissário da PSP que tentou suicidar-se quis deixar uma mensagem”

A ex-deputada do PSD, Maria Goreti Machado, apoia os profissionais da PSP e da GNR, integrantes do Movimento Zero, criticando o Governo, “pela forma como trata os agentes da autoridade”, afirmando que o comissário David Fernandes, da PSP de Braga, que se tentou suicidar, dando um tiro na cabeça, “quis deixar uma mensagem para toda a gente”.

David Fernandes, de 57 anos casado, natural e residente em Braga, tinha acabado de sair das funções de oficial de dia ao princípio da manhã desta terça-feira, quando disparou um tiro na cabeça, com a sua arma de serviço, num quadro dramático em que o próprio filho, enquanto técnico de emergência pré-hospitalar do INEM, por coincidência, foi o primeiro a chegar ao local, na sede do Comando Distrital de Braga da Polícia de Segurança Pública.

Maria Goreti Machado, falando ao Sol, no decorrer da concentração à porta do Hospital Central de Braga, em solidariedade com o comissário David Fernandes, que ali continua internado, referiu “fazer uma leitura muito profunda da situação, porque conheço muito bem o comissário David Fernandes, amigo e solidário, um homem de ajudar toda a gente”.

“Alguma mensagem ele quis transmitir, acho que a mensagem deve ser lida por toda a gente, as pessoas devem fazer uma leitura de onde este ato foi feito, o seu local de serviço, não foi em casa, logo nunca poderia ser por problemas familiares que não tinha”, salientou Maria Goreti Machado, agora presidente da União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães, no concelho de Braga, sempre acompanhada pelo marido, António Machado.

“Por isso eu estou aqui, em solidariedade, dada a convivência que tenho com esta gente, que corre um perigo de vida, constante e permanente, não sei porque são tratadas assim estas forças de segurança, colocadas muitas vezes de lado, que são ultrajadas em certas situações, com a Polícia e a GNR a terem este tratamento”, referiu Maria Goreti Machado.

“Isto está mal, pela maneira como este Governo olha para a Polícia e para a GNR, vai-lhe tirando paulatinamente alguns direitos que eles têm, por exemplo, um jovem polícia que vai desterrado para Lisboa tem um vencimento de 800 e poucos euros, mas ninguém quer saber se eles têm retaguarda familiar ou até dinheiro para sobreviver, isto é inadmissível”, acrescentou a autarca do PSD, que participou com os polícias na concentração, em Braga.

“Eu não entendo o que o ministro da Administração Interna vê naqueles que devia tratar melhor, porque sem eles a população não tem segurança, eles são os primeiros a chegar ao local, eles dão a sua vida por toda a gente, mas depois a gente vê o que acontece, eles são condenados primeiro do que os criminosos”, salientou ainda Maria Goreti Machado.