Rússia. Polícia detém mais de 500 manifestantes “ilegais”

Oposição a Putin protestava contra a exclusão de candidatos nas eleições locais de 8 de setembro

A polícia de Moscovo registou este sábado mais de 560 detenções, no espaço de três horas, na sequência de uma manifestação não autorizada da oposição russa contra a exclusão de candidatos nas eleições locais de 8 setembro. Os dados foram revelados por uma ONG (Organização Não Governamental).

Milhares de pessoas participaram no protesto (não autorizado), convocado pela oposição extraparlamentar para exigir o registo de 57 dos seus candidatos às eleições municipais que vão realizar-se daqui a pouco mais de um mês. Esta sexta-feira, a polícia moscovita já tinha avisado que iria utilizar todos os meios para impedir a manifestação, com o seu porta-voz a confirmar que os organizadores da mesma tinham sido advertidos por escrito em relação à sua ilegalidade.

A polícia de choque criou ainda uma barreira de defesa para impedir que os manifestantes se aproximem da prefeitura, localizada na avenida Tverskaya, na zona central da cidade, tendo ainda entretanto cortado o acesso à zona onde decorre a manifestação para evitar que mais pessoas se juntem ao protesto.

Ainda no decorrer desta semana, o líder da oposição, Alexei Navalny, foi detido, ficando assim impedido de liderar o protesto, e deverá mesmo cumprir 30 dias de prisão. A oposição acusa as autoridades russas de manipular milhares de assinaturas recolhidas nas últimas semanas pelos candidatos e transcrevê-las incorretamente no registo eletrónico. Entretanto, o Comité de Direitos Humanos assumiu uma posição favorável à oposição, apelando à comissão eleitoral para registar “todos os candidatos” que recolheram o mínimo de assinaturas necessárias. "O contrário significa ignorar a vontade de milhares de eleitores”, frisou o organismo.