Estudo de Impacte Ambiental do aeroporto do Montijo aponta ameaças para avifauna e saúde da população

Em março, António Costa explicou que o Governo não tem “um plano B” caso o EIA inviabilize a solução deste aeroporto 

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) colocou, esta segunda-feira em consulta pública, o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do futuro aeroporto do Montijo. Através deste documento, é possível verificar que existem ameaças para a avifauna e efeitos negativos sobre a saúde da população, devido ao ruído, caso a construção seja realizada.

É de realçar que, segundo um aditamento entregue este mês, a APA reconhece um impacte muito significativo para a espécie de ave fuselo (Limosa lapponica), moderadamente significativo para nove espécies e pouco significativo para 18 restantes. Nesta fase do estudo, a agência tem como objetivo recolher contributos, opiniões e críticas de cidadãos, entidades e organizações não governamentais para que possa tomar uma decisão sobre a avaliação de impacte ambiental (ou seja, compreender as preocupações e consequências do aeroporto).

Assim, a próxima fase será a emissão de um parecer positivo ou negativo acerca do projeto. Recorde-se que, a 8 de janeiro, a ANA Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram um acordo para a expansão da capacidade aeoportuária de Lisboa, investindo 1,15 mil milhões de euros até 2028 para alargar o aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo no segundo aeroporto da capital.

O primeiro-ministro, António Costa, já garantiu que "não haverá aeroporto no Montijo" se o EIA discordar do projeto. Sublinhe-se que, em março, Costa explicou que o Governo não tem "um plano B" caso o EIA inviabilize a solução deste aeroporto e adiantou que "a única alternativa" seria a construção de um aeroporto de raiz. Em entrevista à TSF, o chefe do executivo lamentou que não se tenha optado pela "melhor solução" há dez anos: a construção de um aeroporto em Alcochete.