Associação diz que golas antifumo podem provocar crises respiratórias agudas

APROSOC revela ainda que golas já haviam sido testadas no incêndio em Mochique em 2018 e tiveram de ser retiradas

As golas antifumo distribuídas pela Proteção Civil no âmbito do programa “Aldeia Segura- Pessoas Seguras” podem provocar crises respiratórias agudas uma vez que, quando expostas ao calor, libertam substâncias  "com odor semelhante ao do fumo de plástico a arder”. O alerta é da Associação de Proteção e Socorro (APROSOC) que revela ainda que estas golas foram testadas em 2018 no incêndio de Monchique e tiveram de ser retiradas.

Em comunicado, citado pela agência Lusa, a APROSOC adianta que o material foi testado no ano passado em Monchique e que as golas tiveram de ser retiradas de imediato, já que, com temperatura próxima dos 70º, libertam substâncias "com odor semelhante ao do fumo de plástico a arder, o que provocou irritação nas vias aéreas respiratórias".

A associação alerta ainda para o facto de este material poder desencadear crises respiratórias agudas e recomenda que se complemente a análise realizada a estas golas antifumo com a análise da qualidade do ar a inalar quando exposto o poliéster ao calor.

Recorde-se que o relatório preliminar pedido pela Proteção Civil ao Centro de Investigação de Incêndios Florestais (CIFF) concluiu que as golas distribuídas nos kits de emergência não inflamam, apesar de serem feitas com material inflamável. No entanto, este documento  "constitui um relatório preliminar muito sucinto, uma vez que não foram ainda analisados muitos dos parâmetros que foram objeto de medição e registo durante os ensaios".

Esta terça-feira, a Procuradoria-Geral da República confirmou ao SOL que Ministério Público determinou a instauração de um inquérito à compra das golas por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

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