O que faz de Djokovic um osso duro de roer

Roger Federer é o melhor e o mais versátil tenista de todos os tempos e Rafael Nadal é o jogador mentalmente mais forte de sempre. Contudo, em quintos sets, Novak Djokovic leva vantagem nos confrontos diretos. No face-a-face entre Djokovic e Federer houve quatro encontros decididos num quinto set, todos ganhos pelo sérvio. No mano-a-mano…

Roger Federer é o melhor e o mais versátil tenista de todos os tempos e Rafael Nadal é o jogador mentalmente mais forte de sempre.

Contudo, em quintos sets, Novak Djokovic leva vantagem nos confrontos diretos.

No face-a-face entre Djokovic e Federer houve quatro encontros decididos num quinto set, todos ganhos pelo sérvio.
No mano-a-mano entre Djokovic e Nadal registaram-se três confrontos resolvidos numa quinta partida e o atual n.º 1 mundial impôs-se em dois.
Vejamos agora as finais destes três colossos em Majors desembocadas num quinto set.
Djokovic ganhou três e só perdeu uma, Nadal venceu duas e soçobrou em três, Federer conquistou quatro mas vergou-se em cinco.
Djokovic pode não deter o estilo esteticamente mais apelativo, nem ostentar o ténis fisicamente mais apaixonante, mas quando as batalhas ganham uma grandeza épica é ele o mais fiável dos campeoníssimos.
Há ali uma teimosia, um invisível mas ancorado instinto de sobrevivência, uma crença quase religiosa que fá-lo cerrar fileiras e jogar os pontos importantes de forma superior.

Na final do Open da Austrália de 2012 que se prolongou por cinco horas e 53 minutos Djoko quebrou um tabu: era possível ser-se física e mentalmente mais forte do que o ‘Touro de Manacor’.
A partir daí, quando se defrontam, Rafa sente que tem de ser ele o mais agressivo, mas frequentemente enterra-se em erros diretos.
Nadal era o melhor do mundo nas percentagens, o mais consistente, o muro que tudo devolvia, mas na final do Open da Austrália deste ano o espanhol cometeu 28 faltas não provocadas contra apenas 9 de Novak!

Já na recente final de Wimbledon Federer ganhou mais pontos (218) do que perdeu (204), quebrou mais vezes o serviço adverso (sete) do que perdeu o seu (3), fez mais winners (94-54) e teve dois match-points a favor… mas perdeu a final.
Neste combate de titãs de quatro horas e 55 minutos os pontos mais importantes foram os três tie-breaks ganhos por Djokovic. 
Ganhos e bem ganhos. Se contarmos apenas os tie-breaks, o sérvio somou 21 pontos enquanto o suíço ficou-se pelos 12, mas, mais importante, nesses 33 pontos Djoko não cometeu qualquer falta não provocada enquanto Roger ofereceu 11 desses brindes ao adversário!

Em toda a final Federer subiu 65 vezes à rede e ganhou 51 pontos, um bom índice de 78%, mas se contarmos apenas os três tie-breaks reparamos que só subiu duas vezes à rede e ganhou um único ponto!
Ou seja, na final deste ano em Melbourne Djoko ‘convidou’ Nadal ao erro. Já na final em Londres forçou Federer a jogar os tie-breaks ao fundo do court. Simplesmente genial.