BCP. Banco “não tem intenção de deter ações da Pharol”

BCP pode vir a ficar com os 9,99% da Pharol  que são detidos pela High Bridge, na sequência de um financiamento que está em incumprimento.

O BCP garantiu que “não tem intenção de deter ações da Pharol” e que “o natural é vender” a posição que detém na empresa ex-PT, da qual passou a deter quase 10% dos direitos de voto. A instituição financeira foi mais longe ao garantir que “os financiamentos que efetua compreendem garantias”, acrescentando que cabe ao mesmo assegurar os seus direitos em caso de incumprimento.

Em causa está um financiamento concedido pelo banco liderado por Miguel Maya à High Bridge tendo como garantia financeira associada a participação no capital da Pharol. 

No entanto, na sequência da entrada em incumprimento por parte da High Bridge, o BCP acionou a garantia e, como tal, passaram a ser imputados ao banco os direitos de voto associados às ações em causa (que continuam, contudo, a ser detidas pela High Bridge).

“No financiamento que também tem como colateral ações da Pharol, o Millennium bcp não transferiu as ações para a sua propriedade, tendo apenas prestado informação sobre o direito acionado, a quem competia”, diz o BCP. 

A instituição financeira revelou ontem num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que a Pharol (ex-Portugal Telecom) recebeu do BCP a notificação de participação qualificada referente a 9,99% dos direitos de voto da empresa, com efeitos desde 30 de julho passado.

Segundo comunicou o BCP à ESMA (Autoridade Europeia do Mercado de Valores Mobiliários), num anexo ao comunicado da Pharol à CMVM, esta imputação de direitos de voto inerentes “resulta dos termos e condições de penhores financeiros que incidem sobre ações (as quais continuam a ser detidas pelo respetivo titular) e que presentemente permitem ao Banco Comercial Português vir a apropriar-se das ações ou exercer os respetivos direitos de voto”.

Títulos afundam

As ações do banco continuam a cair na bolsa portuguesa. Os títulos da instituição fecharam a sessão de ontem a cair 5,22% para os 19 cêntimos, atingindo o valor mais baixo desde setembro de 2017. 

Com estas desvalorizações, a entidade financeira já recuou 1,21 mil milhões de euros em capitalização bolsista, que se situa atualmente em 3185 milhões de euros.