Jerónimo de Sousa não quer “confusões”: “Não há Governo apoiado pela CDU”

Jerónimo já anda em campanha, com críticas ao PS. Garante que todas as medidas positivas têm a marca do PCP e muitas delas enfrentaram “a resistência do Governo do PS”.

Jerónimo de Sousa já anda em campanha e não poupou críticas ao PS num convívio de verão em Monte Gordo. “Sim, camaradas, o que se conseguiu, em muitos casos, teve sempre pela frente a resistência do Governo do PS, que mantém presente na sua governação opções essenciais da política de direita, tal como fizeram anteriores Governos do PSD e CDS”, afirmou, ontem à tarde, o secretário-geral dos comunistas.

O líder do PCP começou por defender que as próximas eleições legislativas, marcadas para dia 6 de outubro, são uma escolha entre dois caminhos: “Concretizar uma política alternativa ou andar para trás não só no que neste período se repôs e conquistou, mas igualmente noutros domínios, retomando o percurso de retrocesso que PS, PSD e CDS, tendo as mãos livres, não hesitarão em retomar”.

Jerónimo de Sousa apontou depois várias medidas aprovadas pela geringonça, como o aumento de reformas e pensões, a reposição do subsídio de Natal por inteiro ou os passes sociais mais baratos, para garantir que “tudo o que é avanço, tudo o que é medida positiva a favor dos trabalhadores e do povo tem a marca do PCP e do PEV, dos partidos da CDU”.

E, continuou o secretário-geral do PCP, é preciso clarificar para que “não haja confusões” que esta solução governativa, encontrada há quatro anos, não se traduz num Governo de esquerda. “Não há nenhuma maioria parlamentar nem nenhum Governo de esquerda ou de maioria de esquerda. Não há Governo apoiado pela CDU”, afirmou.

Compromissos, só com o povo Jerónimo, num encontro que serviu para apresentar o cabeça-de-lista pelo círculo de Faro, Tiago Raposo, insistiu na ideia de que o único compromisso dos comunistas “foi e será até ao fim” com os interesses dos trabalhadores e do povo. “Há medidas de um Governo que, se forem justas e a favor do povo, são apoiadas. Há medidas que, se forem negativas e prejudiciais ao país, são por nós combatidas e recusadas”, concluiu.

Greve dos motoristas Jerónimo não ignorou a greve dos motoristas e garantiu que o PCP está “inteiramente solidário com os trabalhadores do setor e as suas reivindicações”, mas não é possível “iludir a operação que se desenvolve e as vozes que se vão ouvindo a dar lastro para pôr em causa o direito à greve”. O secretário-geral do PCP considerou que os promotores desta greve “não se importam de dar pretextos à limitação do direito à greve, como se está a verificar”.